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Cancelamento de ajuda dos EUA a palestinos é "chantagem abominável", diz OLP

25/08/2018 10h11

A pedidos do presidente americano, Donald Trump, Washington anunciou na sexta-feira (24) o cancelamento da ajuda de US$ 200 milhões aos palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

Em comunicado, Hanane Achraoui, membro do conselho executivo da OLP, considerou que o cancelamento da ajuda aos palestinos é utilizado como instrumento político. "O povo palestino não será intimidado e não cederá. Os direitos do povo palestino não estão à venda", diz no documento. 

Segundo Achraoui, o governo Trump quer punir a população da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. "Não há nenhuma glória em intimidar e punir constantemente um povo sob ocupação. A administração americana já manifestou sua mesquinhez apoiando a ocupação israelense. Agora está exercendo pressão ao penalizar vítimas palestinas desta situação", reiterou. 

US$ 200 milhões de ajuda cancelados

"A pedido do presidente [Donald Trump] vamos redirecionar mais de US$ 200 milhões inicialmente previstos para programas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza (...) para programas altamente prioritários em outras zonas", informou um alto funcionário do departamento americano de Estado na sexta-feira (24). 

A medida "leva em conta os desafios que a comunidade internacional enfrenta para dar assistência em Gaza, onde o controle do Hamas coloca em risco a vida dos cidadãos e degrada a já terrível situação humanitária e econômica", destacou o funcionário.

Em janeiro, os Estados Unidos já haviam implementado cortes drásticos em sua contribuição à agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA.

O enviado da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em Washington, Hossam Zomlot, reagiu à decisão de sexta-feira, afirmando que "esta administração está desmantelando décadas de visão e compromisso dos Estados Unidos com a Palestina".

Relações entre EUA e palestinos pioraram

As relações entre a administração americana e a autoridade palestina se deterioraram após Trump anunciar a decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Os palestinos suspenderam o contato com a administração Trump e consideram que os Estados Unidos já não podem desempenhar um papel de mediação no processo de paz no Oriente Médio.
   
A decisão de cortar o financiamento aos palestinos chega em um momento de crise humanitária na Faixa de Gaza, onde a violência tem crescido desde o início da atual onda de protestos, em março, que já deixou 171 palestinos mortos na fronteira com Israel.