Migrantes recusados pela Itália serão divididos entre Albânia, Irlanda e Igreja Católica
O governo italiano se recusou até sábado (25) a receber os migrantes do Diciotti, a maioria originária da Eritreia. Eles foram socorridos no mar na madrugada do 16 de agosto e aguardavam desde a última segunda-feira (20) uma resposta da Itália para poder desembarcar. No entanto, o ministro do Interior Matteo Salvini foi categórico, exigindo uma maior implicação dos países da União Europeia nas questões imigratórias.
Pressionado pela justiça local, na semana passada, Salvini permitiu o desembarque de 27 menores. Mas, alegando que a Itália não viraria um "campo de refugiados da Europa", proibiu os outros migrantes de deixarem o barco em terras italianas. Também ameaçou enviar o barco de volta à Líbia, de onde partiu.
Destino dos migrantes do Diciotti
No sábado, a Albânia, que não pertence à União Europeia, propôs receber 20 migrantes. Logo depois, o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney, se ofereceu para receber entre 20 e 25 pessoas. A Igreja Católica italiana, sem precisar números, também se dispôs a acolher uma parte dos ocupantes do Diciotti, sem que essa ação apele aos cofres públicos do país.
O desembarque dos migrantes durou toda a madrugada. Todos os ocupantes deixaram o navio e foram levados ao hospital Garibaldi, na Catânia. Segundo a imprensa italiana, há três casos suspeitos de tuberculose e dois de pneumonia, mas os serviços médicos não confirmaram a informação.
Os migrantes devem ser encaminhados ao centro de acolhimento em Messina, na Sicília e depois encaminhados à Albânia, Irlanda e dioceses da Igreja Católica em várias cidades italianas.
Matteo Salvini é investigado por sequestro
A Justiça italiana abriu uma investigação contra Matteo Salvini, por "sequestro de pessoas, detenções ilegais e abuso de poder" no caso de migrantes retidos a bordo do Diciotti. A decisão ocorre após um interrogatório de dois altos funcionários do ministério do Interior, realizado no sábado, em Roma, por Luigi Patronaggio, procurador da promotoria de Agrigento, na Sicília.
A promotoria de Agrigento abriu a primeira investigação sobre o caso para tentar compreender como se deram as instruções e saber quem deu a ordem de proibir o desembarque dos migrantes. "Eles podem me prender, mas não a vontade de 60 milhões de italianos", declarou o ministro do Interior no sábado sobre o suposto apoio popular a sua política antiimigração.
Mais de 650 migrantes chegaram à costa italiana desde 2014. Ainda que esse número tenha diminuído nos últimos anos, o atual governo italiano - uma coalizão entre a ultranacionalista Liga e os populistas do M5E -, pressionam a União Europeia para dividir a distribuição dos refugiados entre os vários países do bloco.
"O próximo navio pode fazer meia-volta e se dirigir para o local de onde partiu porque nosso limite foi atingido", declarou Matteo Salvini.
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