Macron chama franceses de "gauleses refratários a mudanças"
Emmanuel Macron fez a declaração diante da comunidade francesa da Dinamarca, na quarta-feira (29), em Copenhague. Em seu discurso, o presidente francês elogiou o modelo dinamarquês de “flexibilidade e segurança” e admitiu diferenças culturais entre os dois povos que impedem a aplicação desse modelo na França. “Mas temos em comum o lado europeu que nos une”, afirmou Macron que tenta consolidar sua campanha pró-União Europeia contra o campo populista que ganha terreno no bloco.
No verão de 2017, Macron já havia afirmado que os “franceses destestam reformas” e a comparação com os dinamarqueses veio reforçar sua imagem de “arrogante”.
“Desprezo com os franceses”
Macron tentou conter a onda de indignação provocada por sua frase dizendo que tinha sido “irônico”, mas as críticas contra ele não param neste momento em que o governo inicia negociações sociais com sindicatos e empresas. Da extrema-esquerda à extrema-direita, os líderes políticos denunciam um desprezo do presidente.
O deputado do partido França Insubmissa, Eric Coquerel, vê na atitude de Macron uma estratégia para “desviar a atenção dos franceses das dificuldades econômicas e políticas, como a demissão do ministro da Ecologia Nicolas Hulot, enfrentadas pelo executivo.” Outro deputado do partido de extrema-esquerda, Alexis Corbière, denunciou no Twitter, “uma tolice desconcertante.”
O líder do partido conservador Os Republicanos, Laurent Wauquiez, avalia que o presidente não está à altura do cargo. “Com esta frase, Macron alimenta uma caricatura absurda feita constantemente sobre os franceses. Ele não entendeu nada sobre o papel de um presidente no exterior”, alfinetou Wauquiez.
A presidente do partido Reunião Nacional de extrema-direita, Marine Le Pen, disse que “como sempre, Macron despreza os franceses fora do país.” “Os gauleses terão prazer em responder a sua arrogância”, lançou.
As reações concretas já se anunciam. Se dizendo “irredutíveis gauleses”, numa referência ao famoso personagem Astérix, a central sindical FO, uma das mais importantes do país, já convoca uma greve geral. Ela convidou nesta quinta-feira (30) os outros sindicatos da França a uma paralisação em outubro contra a política governamental
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