Bashar al-Assad prepara ataque ao último bastião dos rebeldes na Síria
A Síria se encontrava sob forte tensão nesta sexta-feira (31), onde uma ofensiva do regime de Bashar al-Assad na província de Idlib, último bastião dos rebeldes, está próxima de acontecer. Em Moscou, o ministro sírio das Relações Exteriores, Wallid Moallem, reafirmou ontem a determinação do governo sírio a liberar a totalidade do território do país das mãos dos rebeldes. O chanceler russo, Serguei Lavrov, declarou que "o governo sírio tem o direito de caçar os terroristas em seu território".
A ofensiva de Idlib é apresentada como uma das últimas grandes batalhas na Síria, que pode ser também a mais sangrenta. Os líderes ocidentais e a Turquia alertam para uma possível catástrofe humanitária no local e Washington acusou Moscou de apoiar o ataque sírio. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, declarou nesta sexta-feira (31) que "os Estados Unidos consideram que a ofensiva é uma escalada em um conflito já perigoso".
Situada no noroeste do país em guerra, na fronteira com a Turquia, a província síria de Idlib é dominada pelos extremistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), onde também existem outras facções rebeldes. O último grande reduto insurgente se encontra neste momento na mira de governo de Bashar al-Assad, que vem acumulando vitórias, desde 2015, com o apoio da Aeronáutica de seu aliado russo, tendo conseguido retomar o controle de mais de 60% do território sírio.
Recentemente, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido advertiram o presidente sírio e Moscou que não permitiriam o uso de armas químicas, em caso de ofensiva em Idlib. A resposta veio na quarta-feira (29), quando o chanceler russo disse esperar que os países ocidentais "não ofereçam obstáculos à operação antiterrorista" na região. "É necessário liquidar este abcesso", enquanto “se minimiza o máximo possível os riscos para a população civil", acrescentou, parecendo confirmar a iminência de uma ofensiva.
Proteção das crianças em Idlib
A Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância, solicitou nesta sexta-feira ao regime sírio para levar em conta a situação das crianças na província de Idlib, com foco nos filhos de combatentes rebeldes que não devem "ser associados com o que seus pais foram capazes de fazer ".
A agência da ONU encarregada da proteção infantil manifestou sua preocupação com a ofensiva anunciada nesta área: entre os mais de 3 milhões de pessoas no local, mais de um terço são crianças. "O nosso maior receio é que, em meio ao dispositivo militar, muito forte do momento, tenhamos a impressão de que esquecemos que há mais de um milhão de crianças vivendo nesta área”, afirmou Manuel Fontaine, diretor de operações de emergência do Unicef.
Recém-chegado da Síria, onde visitou as cidades de Damasco, Homs e Aleppo, sem no entanto conseguir acesso à província de Idlib, Fontaine falou de uma preocupação particular sobre o destino que poderia ser reservado aos filhos de combatentes rebeldes que estão na região do conflito.
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