Grevistas montam acampamento em hospital psiquiátrico para garantir o tratamento dos pacientes
Primeiro hospital criado especialmente para tratar pessoas com distúrbios mentais, na região da Picardia, no sudoeste da França, o Centro Hospitalar Phillipe Pinel fechou quatro serviços de atendimento em quatro anos.
Lídia Conde, especial para RFI
“Não temos como tratar um paciente corretamente, o fechamento de serviços não exclui a necessidade que um paciente tem dos tratamentos prescritos, o que significa a falta de um leito e de profissionais que se ocupariam desse paciente que continua na instituição”, afirma Chrystel L’Eclerc, enfermeira psiquiátrica e membro da CGT.
"Nos serviços planejados para 20 pessoas, acrescentamos leitos adicionais e chegamos a internar entre 25 e até 28 pacientes", diz ela, denunciando uma "promiscuidade insuportável". "Isso é feito com o objetivo de economizar dinheiro, não para melhorar o tratamento”, conclui a enfermeira.
Há três meses, parte da equipe está protestando noite e dia acampada nas instalações do hospital e as reivindicações são uma mesa redonda para esclarecer os pontos de divergência entre os funcionários, a direção e ARS (Agência Regional de Saúde), melhores condições de trabalho e a construção de projetos para otimizar os serviços. “O problema é que se não forem contratados profissionais para o tratamento básico dos pacientes, eles não serão curados como deveriam e vão voltar para a instituição com necessidades mais específicas e vão necessitar de leitos e outros tratamentos, é um ciclo vicioso”, completa a enfermeira.
Só esse ano, a instituição perdeu 10 psiquiatras, o que significa um deficit de 70% no tratamento da psiquiatria para adultos. Mas para a direção da instituição, a situação não é alarmante: “temos 230 leitos disponíveis e não somos o único hospital psiquiátrico da região, precisamos tomar medidas urgentes para equilibrar as finanças e o fechamento dos serviços foi a nossa solução", disse o diretor administrativo, Elio Melis.
Cerca de 20% dos 940 funcionários de todos os estatutos, exige, em especial, a criação de 60 postos de enfermagem nos serviços de internação, a reabertura de duas unidades assistenciais e o cancelamento da dívida no valor de € 12 milhões.
Impasse instaurado
Para a Agência Regional de Saúde (ARS), “são métodos de cuidado e práticas mal adaptadas, como internações hospitalares muito longas que geram problemas de meios". A ARS alocou € 1 milhão em julho, além de € 7 milhões que não estavam previstos desde 2011 para colocar recursos adicionais (recrutando dez enfermeiras e pelo menos três médicos), "onde os problemas não estão relacionados às práticas ou na expectativa de sua evolução".
Funcionários, direção e ARS se reúnem na próxima terça-feira (25) para tentar resolver o problema.
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