Ex-presidente François Hollande diz que decisões de Macron são excessivas
Em discurso neste domingo (23) em seu antigo reduto eleitoral em Tulle, na região da Corrèze, François Hollande perguntou quem poderia ser a melhor alternativa para o país, caso o atual presidente Emmanuel Macron falhasse em suas funções.
“Se a gestão que está no poder falhar, o que é possível, tanto pelas decisões tomadas, muitas vezes injustas, quanto pelo seu comportamento excessivo ou pela falta de resultados, quem seria a melhor opção para o próximo encontro democrático? ”, declarou o ex-presidente. “Quem poderá entrar em seu lugar, quem conseguirá oferecer a melhor perspectiva? É uma grande dúvida para todos. Como se sentir seguro olhando para a vida política atual? ”, questionou Hollande.
Na sequência, após o discurso, François Hollande voltou a criticar o atual chefe de Estado. Quando perguntado sobre os conselhos de recolocação profissional dados por Macron a um jovem agricultor desempregado, o ex-presidente respondeu: “é preciso falar com a outra pessoa sobre ela, sobre o que ela sente e não falar em função de você mesmo. Não adianta querer ser o dono da verdade, é preciso entender o ponto de vista do outro. É entendendo a visão da pessoa à nossa frente que podemos convencê-la, se toda vez falamos de nós, acaba sendo algo pretencioso e arrogante”.
Hollande fez duras críticas a Macron em seu livro
Esta não é a primeira vez que Hollande critica seu sucessor. Em abril deste ano, o ex-presidente francês lançou um livro intitulado "As lições do poder", no qual acusa as reformas de Emmanuel Macron de "aumentarem a desigualdade" na França.
No livro de 400 páginas, o ex-chefe de estado fez um balanço de seu mandato presidencial, que durou de 2012 a 2017, e aproveitou para “alfinetar” Macron, opinando sobre vários eventos atuais.
Hollande atacou mais uma vez a política fiscal de Macron. "Meu governo reduziu a desigualdade. Este a aumenta”, disse o ex-presidente socialista, que já vinha criticando Macron por exigir sacrifícios inúteis dos franceses e pela reforma do imposto sobre a fortuna.
Hollande também aproveitou seu livro para acusar Macron, seu ex-assessor e ministro das Finanças, de tê-lo traído nas sombras: "Eu sempre admiti a competição política, mas acho que ela deve ser aberta e honesta, e vamos encarar isso, não foi esse o caso”, escreveu Hollande.
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