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Ex-presidente François Hollande diz que decisões de Macron são excessivas

23/09/2018 15h26

Em discurso neste domingo (23) em seu antigo reduto eleitoral em Tulle, na região da Corrèze, François Hollande perguntou quem poderia ser a melhor alternativa para o país, caso o atual presidente Emmanuel Macron falhasse em suas funções.

“Se a gestão que está no poder falhar, o que é possível, tanto pelas decisões tomadas, muitas vezes injustas, quanto pelo seu comportamento excessivo ou pela falta de resultados, quem seria a melhor opção para o próximo encontro democrático? ”, declarou o ex-presidente. “Quem poderá entrar em seu lugar, quem conseguirá oferecer a melhor perspectiva? É uma grande dúvida para todos. Como se sentir seguro olhando para a vida política atual? ”, questionou Hollande.

Na sequência, após o discurso, François Hollande voltou a criticar o atual chefe de Estado. Quando perguntado sobre os conselhos de recolocação profissional dados por Macron a um jovem agricultor desempregado, o ex-presidente respondeu: “é preciso falar com a outra pessoa sobre ela, sobre o que ela sente e não falar em função de você mesmo. Não adianta querer ser o dono da verdade, é preciso entender o ponto de vista do outro. É entendendo a visão da pessoa à nossa frente que podemos convencê-la, se toda vez falamos de nós, acaba sendo algo pretencioso e arrogante”.

Hollande fez duras críticas a Macron em seu livro

Esta não é a primeira vez que Hollande critica seu sucessor. Em abril deste ano, o ex-presidente francês lançou um livro intitulado "As lições do poder", no qual acusa as reformas de Emmanuel Macron de "aumentarem a desigualdade" na França.    

No livro de 400 páginas, o ex-chefe de estado fez um balanço de seu mandato presidencial, que durou de 2012 a 2017, e aproveitou para “alfinetar” Macron, opinando sobre vários eventos atuais.   

Hollande atacou mais uma vez a política fiscal de Macron. "Meu governo reduziu a desigualdade. Este a aumenta”, disse o ex-presidente socialista, que já vinha criticando Macron por exigir sacrifícios inúteis dos franceses e pela reforma do imposto sobre a fortuna.

Hollande também aproveitou seu livro para acusar Macron, seu ex-assessor e ministro das Finanças, de tê-lo traído nas sombras: "Eu sempre admiti a competição política, mas acho que ela deve ser aberta e honesta, e vamos encarar isso, não foi esse o caso”, escreveu Hollande.