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Maduro desembarca em Nova York após ameaças de Trump na ONU

26/09/2018 16h25

O tom subiu abruptamente nesta quarta-feira (26) entre Washington e Caracas, após o discurso de Donald Trump em que afirmava que seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, que se encontra a caminho de Nova York, poderia ser "derrubado muito rapidamente" se "os militares decidissem fazê-lo".

"A Venezuela rejeita firmemente as declarações belicosas (...) do presidente dos Estados Unidos (...), que pressionam por uma insurreição militar no país", denunciou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela em um comunicado oficial.

Na correria, Nicolás Maduro confirmou, do avião que o leva a Nova York, sua participação na Assembleia Geral da ONU, de acordo com a televisão estatal.

"Estou indo para a Assembleia Geral das Nações Unidas para defender a verdade sobre a Venezuela, eu estou cheio de emoção, de paixão, de verdade para que todos saibam que a Venezuela está de pé", disse o presidente venezuelano, acompanhado de sua esposa, Cilia Flores, pouco antes de aterrissar.

“Facilmente derrubado”

"Francamente", o regime de Nicolas Maduro "poderia ser derrubado muito rapidamente pelo exército se os militares decidissem fazê-lo", disse Trump a repórteres nesta terça-feira (25) na sede da ONU, em Nova York. "Mais de dois milhões de pessoas fugiram do país por causa do governo socialista venezuelano apoiado por Cuba”, lamentou o bilionário norte-americano na ONU.

Nesta quarta-feira, Donald Trump (26) voltou a provocar tensão, acrescentando que "todas as opções (estavam) sobre a mesa em relação à Venezuela, (...) mais fortes e outros menos fortes". "E você entende o que quero dizer com forte", disse ele a repórteres nos bastidores da Assembléia Geral da ONU em Nova York, sem dar mais detalhes.

Para o governo venezuelano, as palavras de Trump são uma evidência do "política de mudança de regime promovido por Washington” com a participação de "outros países latino-americanos”.

"Essas declarações não são isoladas, elas surgem em um contexto de repetidas ameaças de intervenção militar na Venezuela e fortalecimento da presença militar dos EUA na região, propício para a criação de um conflito regional de proporções insuspeitadas", acrescentou o Ministério venezuelano.