Parlamento francês apresenta relatório para combater má alimentação
A comissão promoveu 40 audiências em quatro meses e elaborou o relatório para pressionar o setor agroalimentar a colocar menos sal, menos gordura, menos açúcar e menos aditivos em seus produtos. Por outro lado, o documento aponta várias propostas para educar as crianças e lares franceses a ter uma alimentação mais saudável.
Para isso, o relatório o documento apresenta duas linhas de ação: uma delas pretende limitar "legalmente" o teor de sal, açúcar e ácidos graxos saturados de alimentos processados, que favorecem doenças crônicas, sobretudo cardiovasculares. A outra indicação é reforçar a "educação para a alimentação", com sensibilização das crianças a partir dos três anos de idade, na pré-escola.
O almoço nas cantinas escolares deve fazer parte do programa de educação para "uma nutrição saudável, equilibrada e sustentável, e privilegiar a luta contra o desperdício de alimentos", disse Michèle Crouzet, relatora da comissão. Ela defende que “comissões de cardápios” sejam criadas nas escolas, com a participação de pais e alunos, para a elaboração conjunta do menu a ser oferecido para as crianças.
A ideia vai de encontro às preocupações manifestadas por muitos pais, como a empresária Christiane Galvão, de Aisnes, norte da França, mãe das gêmeas, Alice e Nina, de 4 anos. “Esse ano já é o terceiro de cantina das meninas, elas estão bem adaptadas, mas como qualquer mãe, eu preferia uma comida mais saudável para elas. Infelizmente, não podemos fazer muita coisa, só esperar que a qualidade seja favorável à saúde e bem-estar delas”, diz.
Ações imediatas para preservar a saúde no futuro
O relatório também recomenda reduzir para 48 o número de aditivos usados ??em pratos prontos, contra 338 autorizados atualmente, até 2025, como já é o caso para os produtos orgânicos.
Segundo a relatora Crouzet, cerca de 30% do consumo diário de sal na França vem do pão. O objetivo é tornar obrigatório na fabricação, um teor máximo de 18 gramas de sal para cada quilo de farinha, já recomendado desde 2002 pela Agência Nacional de Segurança Sanitária, Alimentação, Meio Ambiente e Trabalho (ANSES, na sigla em francês).
Outra proposta é distribuir “cupons” para famílias de baixa renda, por meio de uma agência governamental, para estimular o consumo de frutas e verduras frescas. Essa população é a que mais consome produtos industrializados e mais exposta a doenças crônicas.
As medidas visam ainda combater um problema que se tornou grave no país. "Em 2030, estima-se que haverá pelo menos 30 milhões de obesos ou acima do peso na França: trata-se de um problema de saúde pública", afirma a relatora. "Ainda não é tarde demais para agir e instaurar uma dieta saudável e sustentável", acrescenta.
Reações
Ainda não está definido se as recomendações do relatório irão ser adotadas em um projeto de lei porque “são diferentes pontos abordados", admite a relatora.
Em um comunicado, a associação Foodwatch reagiu ao relatório de maneira crítica. “As recomendações da comissão são úteis, mas é preciso ir mais longe. Por exemplo, proibir realmente qualquer ação de propaganda para crianças de produtos com muito sal, açúcar, e gordura, e ainda proibindo a inclusão os produtos químicos contraindicados para a saúde na alimentação”, diz um trecho do texto.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.