Rapper francês da canção "Enforquem os brancos" será julgado por incitar violência
O cantor era desconhecido na França até a divulgação de seu vídeo há alguns dias, que provocou imediatamente diversas reações. “Haverá um processo e espero ser ouvido”, disse o artista. “Um texto deve ser interpretado com profundidade, não apenas superficialmente. Não volto atrás e não me arrependo do que disse, não acho que seja violento”.
Na canção, Nick Conrad incita a matar “bebês brancos”. “Peguem eles, enforquem seus pais”, canta. O clipe – que começou a ser retirado das diferentes plataformas de vídeos online – começa pelo que seria a cena final, com um homem branco enforcado e pendurado durante a noite, em um bairro da periferia de Paris.
Nas cenas seguintes, vemos ele sendo sequestrado com um saco de lixo na cabeça. Começa então minutos de tortura, com dois homens negros colocando o cano do revólver na boca da vítima. Eles deixam o homem fugir, e dão risadas ao dizer que “os brancos correm rápido”, antes alvejá-lo pelas costas.
Reações foram exageradas, segundo artista
“Cortem os membros, para divertir as crianças negras, grandes ou pequenas. Quero sentir o cheiro da morte e ver o sangue escorrer”. Com essas palavras, o vídeo filma um homem ter a cabeça esmagada na quina de uma calçada, em referência ao filme American History X. O clipe também traz uma citação do militante afro americano Malcolm X: “O preço para fazer com que os outros respeitem os seus direitos humanos é a morte”.
A classe política francesa criticou duramente o vídeo. O representante do partido de direita Os Republicanos no Senado, Bruno Retailleau, afirmou que “se algumas pessoas têm esse discurso, é porque existe uma certa forma de impunidade”. “É essa violência que alimenta o terrorismo”, ressaltou o político. O ministro do Interior da França, Gérard Collomb, lembrou que artistas como Nick Conrad possuem um público jovem e que “é dessa forma que pervertemos a sociedade da pior forma possível”.
Em uma entrevista ao jornal Le Parisien, o rapper afirmou que “quis inverter os papeis do homem branco e do homem negro”, além de ressaltar que “o choque era previsto, mas não a esse ponto”.
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