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Em Paris, Trump diz que quer "Europa forte" depois de encontro com Macron

10/11/2018 11h03

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse neste sábado (10) ao chefe de Estado americano, Donald Trump, que “trabalharia para que a Europa pudesse arcar com o custo da defesa do continente na Otan”. Macron recebeu Trump hoje de manhã no palácio do Eliseu.

O presidente americano desembarcou nesta sexta-feira (9) na capital francesa ao lado de sua esposa Melânia, para participar de parte das comemorações de 11 novembro – data que celebra, neste ano, os cem anos do fim da Primeira Guerra Mundial. Na chegada, ele criticou Macron, que teria sugerido que a Europa criasse seu próprio Exército para se proteger dos EUA, China e Rússia.

Em resposta, Macron disse que exporia a Trump as propostas da Europa, que levam em conta sua capacidade estratégica, para aumentar a contribuição do bloco dentro da OTAN. “Você conhece meu ponto de vista e aprecio quando você se refere à divisão do ônus”, respondeu Trump, com a expressão fechada. “Queremos uma Europa forte”, acrescentou.

Neste sábado (10), a Presidência francesa divulgou uma nota dizendo que a declaração "foi mal interpretada" durante uma entrevista e que o chefe de Estado francês nunca teria proposto um Exército europeu contra os Estados Unidos. O encontro, segundo fontes do palácio do Eliseu, foi "construtivo", e Trump teria declarado que os dois países "seguem a mesma linha".

Defesa europeia é tema polêmico

A questão da defesa europeia é um assunto delicado para o presidente americano, que repete com frequência que os Estados Unidos pagam muito para garantir a segurança da Europa, às custas do contribuinte americano. A União Europeia não tem Forças Armadas, mas o tema é recorrente, já que envolve a soberania dos diversos Estados europeus. Em 2019 foi acertado um Fundo Europeu de Defesa para desenvolver as capacidades dos países e promover a independência estratégica do bloco.

A França iniciou em paralelo com oito sócios europeus e independentemente da Otan um grupo de intervenção destinado a realizar rapidamente operações militares e assistência em caso de desastre. Depois de almoçar com Macron e sua esposa Brigitte, Trump e a primeira-dama americana, Melania, deveriam ir até o cemitério americano de Bois-Belleau, a 100 km a leste de Paris, e de Suresnes, no subúrbio da capital francesa, mas as visitas foram canceladas por conta do mau tempo.

Esta é a segunda visita de Trump à França desde que assumiu a presidência, em janeiro de 2017. Neste mesmo ano, em 14 de julho, o líder americano assistiu o desfile militar organizado todos os anos pela França. Trump participará no domingo, ao lado de mais de 60 chefes de Estado e de governo, de uma cerimônia no Arco do Triunfo em Paris.