Com protesto na nova loja da Apple em Paris, militantes exigem que empresa pague impostos na França
"Venha com suas ideias mais loucas", diz a publicidade da Apple, diante da loja que abrirá dia 18 de novembro, na avenida Champs-Elysées, centro da capital francesa. "Como, por exemplo, pagar seus impostos na França", adicionaram os membros da Associação pela Taxação das Transações Financeiras e pela Ação Cidadã (Attac).
A operação, antes da abertura do comércio, foi realizada na manhã desta segunda-feira por cerca de 15 militantes e aconteceu tranquilamente, sem intervenção da polícia. Os ativistas utilizaram escadas para chegar aos outdoors e colaram mensagens, muitas delas sarcásticas, por cima das publicidades.
"Aqui fraudamos o fisco com sucesso", "Apple não faz esforços para esconder seus lucros nos paraísos fiscais", "Apple tem que pagar seus impostos na França", foram alguns dos cartazes colados.
O objetivo, segundo a ONG, era realizar o protesto na abertura da nova Apple Store de Paris, mas acreditaram que poderiam causar tumulto. De acordo com os militantes, a iniciativa foi bem recebida pelos primeiros frequentadores da avenida Champs-Elysées. "Eles entenderam o objetivo e acharam a ação engraçada", declarou um dos militantes da Attac.
Mais US$ 230 bilhões em paraísos fiscais
A Attac reclama que, um ano depois do escândalo de evasão fiscal Paradise Papers, a gigante americana continua não pagando seus impostos na França. Segundo a ONG, graças a métodos de otimização fiscal, a Apple conseguiu acumular mais de US$ 230 bilhões em paraísos fiscais.
"A multinacional utiliza suas filiais irlandesas para esconder um terço de seus lucros mundiais e não pagar quase nenhum imposto", denunciou a Attac em dezembro passado. A ONG também exige que a Apple reembolse € 13 bilhões de vantagens fiscais que a empresa obteve na Irlanda.
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