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Congresso dos EUA deve mudar regra para permitir véu islâmico

A ex-refugiada somali Ilhan Omar após vencer a eleição para o Congresso - Eric Miller/Reuters
A ex-refugiada somali Ilhan Omar após vencer a eleição para o Congresso Imagem: Eric Miller/Reuters

20/11/2018 18h57

A polêmica foi lançada depois das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, quando duas muçulmanas foram eleitas pela primeira vez na história ao parlamento norte-americano.

Espera-se que o Congresso dos Estados Unidos mude suas regras de procedimento a partir de janeiro de 2019 e permita que o véu seja usado na Câmara, uma modificação apoiada nesta segunda-feira (19) pelo principal grupo de defesa dos direitos dos muçulmanos no país.

Ilhan Omar, uma refugiada somali, eleita sob a bandeira democrata no início do mês nos Estados Unidos, participou da reescritura dos regulamentos internos que proibiam, há 181 anos, a cobertura da cabeça dentro do Congresso. A nova versão do texto permitirá exceções por motivos religiosos: elas se aplicam ao véu islâmico, à quipá judaica ou ao turbante indiano.

A mudança deve ser aprovada em janeiro pela Câmara dos Deputados norte-americana, agora dominada por uma maioria democrata. "Ninguém além de mim coloca um lenço na minha cabeça, é a minha escolha, protegida pela primeira emenda da Constituição”, disse Ilhan Omar em seu Twitter.

Primeiras muçulmanas no parlamento

"E essa não é a única proibição que quero remover deste documento", disse a eleita, uma das duas novas congressistas muçulmanas pelo estado de Minnesota, ao lado de Rashida Tlaib.

O Conselho de Relações americano-islâmico disse nesta segunda-feira apoiar a proposta, que "atualiza uma política anacrônica e coloca a Câmara de Representantes em conformidade com a Constituição e a proteção da liberdade religiosa" no país.

Um número recorde de mulheres e representantes eleitos por minorias - hispanos, afro-americanos, nativos americanos e LGBTQ+ - se reunirão no início de janeiro de 2019, para uma nova sessão parlamentar.

O democrata Jim McGovern, que deve presidir a comissão para votar as novas regras, disse que a mudança reflete a diversidade do Congresso. "O texto deverá estipular que nenhuma restrição deve impedir um membro de fazer o trabalho para o qual ele foi eleito, por causa de sua religião", disse ele.

A proibição foi denunciada por vários parlamentares, incluindo a democrata Frederica Wilson, conhecida por usar chapéus em cores chamativas. No entanto, ela não será afetada pela alteração, pois chapéus continuarão a não ser permitidos.