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Tensão em Bruxelas em manifestação contra pacto da ONU sobre migração

16/12/2018 16h25

Milhares de pessoas se manifestaram em Bruxelas neste domingo (16) contra o Pacto da ONU sobre migração. O encontro, convocado por um grupo de extrema direita, foi marcado por incidentes com as forças de segurança.

Milhares de pessoas se manifestaram em Bruxelas neste domingo (16) contra o Pacto da ONU sobre migração. O encontro, convocado por um grupo de extrema direita, foi marcado por incidentes com as forças de segurança.

A polícia contou pelo menos 5.500 participantes, concentrados na vizinhança das instituições europeias. "Nosso povo primeiro", é o que estava estampado nos cartazes. Outros slogans pediam a renúncia do primeiro-ministro belga, Charles Michel.

Depois de um começo calmo, os manifestantes começaram a lançar projéteis contra as forças da ordem e as fachadas de alguns edifícios da União Europeia (UE). A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e usou jatos de água para dispersar os manifestantes. A manifestação recebeu o apoio dos jovens do partido de extrema direita Vlaams Belang e de uma dúzia de outras organizações, principalmente flamengas.

Em outro bairro de Bruxelas, mil pessoas, segundo a polícia, participaram de uma contra-manifestação convocada por várias organizações que pedem para não estigmatizar os migrantes.

Crise política

O Pacto Global para as Migrações, assinado na segunda-feira por mais de 150 países, incluindo a Bélgica, visa fortalecer a cooperação internacional para uma "migração segura, ordenada e regular" e pede, entre outros, o fim das prisões arbitrárias. No entanto, seus opositores consideram uma forma de incentivar novos fluxos migratórios descontrolados.

O pacto provocou uma crise política na Bélgica, com a saída dos nacionalistas flamengos do partido N-VA do governo, liderado pelo liberal francófono Charles Michel, que, com isso, perdeu maioria no Parlamento. Além disso, vários partidos da oposição começaram a exigir uma moção de censura na Câmara de deputados, para julgar se o atual governo ainda tem capacidade de continuar no poder.