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Fiéis celebram o Natal com missa e festa pelo mundo

24/12/2018 18h58

Peregrinos de todo o mundo se reuniram em Belém na noite desta segunda-feira (24), véspera de Natal, para a tradicional missa da meia-noite. O arcebispo católico da Terra Santa, Pierbattista Pizzaballa, chegou no começo da tarde para comandar a celebração. O presidente palestino, Mahmud Abbas, estava entre as autoridades aguardadas para a cerimônia.

Peregrinos de todo o mundo se reuniram em Belém na noite desta segunda-feira (24), véspera de Natal, para a tradicional missa da meia-noite.

Desde cedo, os fiéis tomaram toda a região perto da Basílica da Natividade, construída sobre a gruta onde nasceu Jesus, segundo a tradição cristã, e onde a afluência de visitantes aumentou muito em relação ao ano passado.

A primeira igreja foi construída no local no século IV, tendo sido substituída por outra construção após um incêndio, no século VI. Uma igreja mais nova e mais espaçosa, a de Santa Catarina, fica ao norte da Igreja da Natividade e é onde é realizada a missa da meia-noite.  

Um grupo de gaitas de fole desfilou na Praça da Manjedoura, nos arredores de onde os cristãos afirmam que Maria deu à luz. Como é tradição, escoteiros palestinos marcharam ao som de gaitas de fole na praça do Presépio, onde foi montada uma imponente árvore de Natal.

"É uma grande oportunidade estar num local tão simbólico para o Natal”, disse Lea Gudel, uma estudante francesa de 21 anos que vive em Jerusalém.

Funcionários do ramo de turismo em Jerusalém e gerentes de hotéis dizem que essa temporada de Natal é a mais forte dos últimos tempos, depois de vários anos de queda na visitação em razão do conflito entre israelenses e palestinos. 

Em 2017, as celebrações do Natal em Belém - cidade palestina na Cisjordânia, ocupada por Israel há mais de 50 anos - foram ofuscadas por tensões resultantes do reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel.

Esta decisão unilateral provocou inúmeras manifestações nos territórios palestinos, inclusive em Belém, cidade separada de Jerusalém por um muro erguido pelas autoridades israelenses.

"Este ano está muito mais calmo, muito melhor do que no ano passado", disse Abeer Nasser, um palestino da cidade vizinha de Beit Sahour que estava acompanhado da família. "A cada ano, eu me sinto mais disposto para celebrar, apesar da situação política", acrescentou o homem de 37 anos, referindo-se à ocupação israelense.

Grupos musicais se revezaram no palco montado na Praça da Manjedoura, em frente à árvore de Natal iluminada, onde a multidão entoava canções natalinas. Este ano, os visitantes também puderam admirar os mosaicos da Basílica da Natividade, que datam da época das Cruzadas e foram recentemente restaurados, após um grande projeto de manutenção e limpeza.

Papa critica o consumismo

No Vaticano, 100.000 pessoas se inscreveram para assistir à missa do Galo na Basílica de São Pedro, celebrada pelo Papa Francisco, líder espiritual de 1,2 bilhão de católicos de todo o planeta. A segurança foi reforçada pelo Exército italiano e pela polícia. Um efetivo de 2.000 homens foi acionado para esta noite, com a instalação de postos de controle e revista para a entrada dos fiéis na Praça São Pedro.  

Em sua homilia de Natal, o Papa Francisco criticou duramente a "voracidade do consumismo" dos homens, chamando-os para refletir sobre o significado espiritual de suas vidas e para compartilhar com os mais pobres. "O homem tornou-se ganancioso. Ter e acumular coisas parece ter se tornado o sentido da vida para muitas pessoas", disse.

Segurança reforçada

Um forte efetivo de segurança foi acionado, também, na Catedral de Notre Dame, em Paris, onde os fiéis passaram por rigorosas revistas na entrada. Bolsas e casacos foram checados pelos policiais, uma preocupação frequente na França, menos de duas semanas depois do atentado terrorista que deixou cinco mortos e 11 feridos em Estrasburgo e que foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

Enquanto isso, a cidade de Barcelona, que sofreu um atentado terrorista em 2017, se mantinha em alerta nesta véspera de Natal, após um aviso do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre o risco de um ataque durante as festas de fim de ano.

Em sua mensagem de Natal, o rei Felipe VI defendeu a "coexistência" dos espanhóis, sem se referir explicitamente à Catalunha, onde a situação ainda é tensa, mais de um ano depois da tentativa frustrada de independência.

Nos Estados Unidos, pedestres que queriam ver de perto a enorme "Árvore de Natal nacional", instalada todos os anos no centro de Washington, tiveram que se contentar em vê-la de longe. O trajeto por onde costumam caminhar foi fechado devido à paralisação parcial do governo americano, devido à falta de acordo entre o Congresso e o presidente Donald Trump sobre o orçamento.