Coreia do Norte e China iniciam 2019 com mensagens aos EUA
Depois dos fogos e das celebrações, a Ásia dá inicio a um novo ano de delicadas relações diplomáticas em meio a uma guerra comercial entre China e Estados Unidos e a um processo de reaproximação entre as Coreias. Os discursos de Ano Novo do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e do presidente chinês, Xi Jinping, dão algumas pistas do tom da política externa desses dois atores centrais na região.
Depois dos fogos e das celebrações, a Ásia dá inicio a um novo ano de delicadas relações diplomáticas em meio a uma guerra comercial entre China e ...Da correspondente em Hong Kong
Depois dos fogos e das celebrações, a Ásia dá inicio a um novo ano de delicadas relações diplomáticas em meio a uma guerra comercial entre China e Estados Unidos e a um processo de reaproximação entre as Coreias. Os discursos de Ano Novo do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e do presidente chinês, Xi Jinping, dão algumas pistas do tom da política externa desses dois atores centrais na região.
Kim Jong-un fez um pronunciamento ao vivo na manhã desta terça-feira (1) que pôde ser visto até na televisão sul-coreana. Desde 2013, ele retomou a tradição iniciada por seu avô e líder fundador da Coreia do Norte, Kim il-sung, de fazer um discurso de Ano Novo. De terno e gravata, e não usando seu habitual duas peças de inspiração maoísta, ele afirmou que pretende melhorar as relações com os Estados Unidos (EUA) e que está pronto para encontrar novamente o presidente americano, Donald Trump, a qualquer momento. Trump já tinha dito que uma nova cúpula entre os dois países poderia acontecer antes de fevereiro, mas, por enquanto, nada foi confirmado.
Kim reforçou que declarações e acordos feitos na sequência do encontro com Trump, em Singapura, tinham como objetivo avançar rumo à desnuclearização completa da península coreana e que está comprometido com isso. “Não fabricaremos armas nucleares e não proliferaremos armas nucleares”, sublinhou. Mas fez um alerta sobre uma possível mudança de planos. “Se os EUA não cumprirem suas promessas feitas diante do mundo inteiro e insistirem em sanções e pressões sobre nossa República, podemos ficar sem outra opção senão considerar uma nova maneira de resguardar nossa soberania e nossos interesses.”
O líder norte-coreano também exigiu que a Coreia do Sul ponha fim "a todos os exercícios militares com outras potências estrangeiras". Uma reivindicação antiga do regime, que considera as manobras militares sul-coreanas com os americanos como um ensaio para uma invasão do Norte. O pedido coloca ainda mais pressão na aliança de defesa entre EUA e Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, ele prometeu dar continuidade aos projetos de integração entre as Coreias e indicou que quer uma declaração de paz encerrando formalmente a Guerra da Coreia.
O regime de Pyongyang defende que fez sua parte para mostrar a sinceridade do compromisso com a desnuclearização, já que suspendeu testes balísticos e nucleares e desmantelou plataformas de lançamento. Além disso, Kim se diz pronto para destruir de forma permanente a principal instalação nuclear do regime, se a Casa Branca tomar medidas equivalentes. Já os EUA falam em aliviar as sanções somente quando a desnuclearizaçao for completa e verificável.
Cooperação sino-americana completa 40 anos
No discurso de Ano Novo, o presidente chinês, Xi Jinping, voltou a falar das reformas internas do país. Xi prometeu que elas não vão estagnar e disse que a China enfrenta desafios e vai se abrir mais para o mundo. Pequim vem sendo pressionada para melhorar as condições de acesso ao mercado chinês para empresas estrangeiras.
Em 2019, a República Chinesa completa 70 anos. Xi não falou da guerra comercial travada com os Estados Unidos e que tem como pano de fundo uma disputa pela hegemonia tecnológica no mundo.
Mas Xi e Trump trocaram mensagens de felicitações nessa virada de ano, uma vez que em 2019 a abertura de relações diplomáticas entre China e EUA completa 40 anos. O presidente chinês afirmou que a “história provou que a cooperação é a melhor escolha para os dois lados”. Disse ainda que as relações sino-americanas tiveram altos e baixos nas últimas décadas, mas que vivem um momento importante.
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