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"Coletes amarelos" organizam nova manifestação em Paris

05/01/2019 10h06

Depois da prisão de Eric Drouet, um dos representantes do movimento de contestação francês, os "coletes amarelos" voltam às ruas neste sábado em toda a França para mais um protesto contra o governo do presidente francês Emmanuel Macron.

Depois da prisão de Eric Drouet, um dos representantes do movimento de contestação francês, os “coletes amarelos” voltam às ruas neste sábado em toda a França para mais um protesto contra o governo do presidente francês Emmanuel Macron.

Na capital francesa, a Secretaria de Segurança Pública de Paris autorizou duas manifestações. A primeira acontece em frente ao Hotel de Ville, sede da prefeitura da cidade. O cortejo caminhará até a Assembleia Nacional. O segundo protesto , como nos finais de semana anteriores, será na avenida Champs Elysées, onde os "coletes amarelos" começaram a se concentrar logo de manhã.

O chamado “Ato 8”, dizem os manifestantes, visa “desafiar o governo”, que pediu um “retorno à ordem” depois de um mês e meio de protestos que enfraqueceram o chefe de Estado francês. Segundo o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, “aqueles que ainda continuam mobilizados são agitadores que buscam a Insurreição e derrubar o governo.”

De acordo com uma informação divulgada pela rádio francesa France Info, em um telegrama de 29 de dezembro, o ministro do Interior, Christophe Castaner, pediu aos secretários de Segurança Pública das regiões francesas que continuassem a evacuar, ainda que à força, pontos bloqueados em diversas rodovias do país.

Para evitar novos tumultos, o governo mobilizou 3600 policiais da tropa de choque, além do restante do contigente que estará a postos para evitar tumultos. Alguns integrantes do movimento sugeriram retirar o emblemático colete amarelo para poder participar mais tranquilamente dos protestos, que começam a dar sinais de desgaste. Na última manifestação de 29 de dezembro, 12 mil pessoas foram às ruas na França, contra 38.600 no dia 22 e cerca de 282 mil em 17 de novembro.

Conquistas

A mobilização permitiu algumas conquistas e concessões do governo, que voltou atrás no aumento do imposto sobre os combustíveis. A medida, que entraria em vigor em janeiro, gerou o descontentamento das classes francesas mais populares, que vivem afastadas dos grandes centros e precisam usar o carro no dia a dia. Ela também desencadeou uma ampla discussão sobre a queda do poder aquisitivo.

Diante dos protestos, o Executivo francês prometeu uma revalorização do salário mínimo, mas que na verdade já iria ocorrer por conta de outras mudanças aplicadas pelo governo, que reduzem encargos sociais. Macron também anunciou a abertura de um “debate nacional”, até abril, sobre essas e diversas questões.