Deputados rejeitam acordo do Brexit, confirmando derrota histórica de Theresa May
A Câmara dos Comuns rejeitou nesta terça-feira (15) com ampla maioria o acordo do Brexit negociado pela primeira-ministra britânica Theresa May com a União Europeia. Após a rejeição maciça, líder da oposição apresenta moção de censura contra o governo conservador.
A Câmara dos Comuns rejeitou nesta terça-feira (15) com ampla maioria o acordo do Brexit negociado pela primeira-ministra britânica Theresa May com a União Europeia.Apesar dos alertas lançados pela chefe do governo sobre os riscos de um boicote ao acordo, o texto foi rejeitado por 432 deputados, contra apenas a 202 a favor. Theresa May foi abandonada não apenas por seus opositores, mas também por seus próprios aliados.
A primeira ministra tem agora até a próxima segunda-feira (21) para apresentar um “plano B” diante do Parlamento. A União Europeia já avisou que não pretende renegociar o texto.
Poucos minutos após a divulgação do resultado as autoridades europeias avisaram que o fator de rejeitar o acordo aumenta o risco de um Brexit sem acordo. “Eu peço que o Reino Unido esclareça suas intenções o mais rápido possível. O tempo está quase esgotado”, pressionou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em um comunicado.
Theresa May ameaçada
Logo após a divulgação do resultado, o líder da oposição trabalhista no Reino Unido, Jeremy Corbyn, disse que essa “derrota catastrófica” é “a mais grave já sofrida por um governo desde do país desde 1920” e passou ao ataque. "Acabo de apresentar uma moção de censura contra este governo (...) para que a Câmara possa dar seu veredito sobre sua incompetência", anunciou Corbyn diante dos deputados que tinham acabado de votar contra o acordo.
Caso aprovada, essa moção deve ser debatida na quarta-feira e pode levar à formação de um novo Executivo ou a eleições legislativas antecipadas.
Para os eurocéticos, o acordo rejeitado faz concessões inaceitáveis à União Europeia. Já os pró-europeus veem piores condições do que se tem atualmente como país-membro do bloco.
O ponto mais polêmico do texto é o chamado "backstop", ou rede de segurança, um mecanismo criado para evitar a reestabelecimento de uma fronteira dura na ilha da Irlanda por temor de enfraquecer o Acordo de Paz de 1998. Os partidários de uma saída clara temem que esse mecanismo mantenha o país permanentemente preso às redes europeias.
Diante do resultado do voto desta terça-feira, a hipótese de um adiamento ou até da anulação do Brexit não está descartada.
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