Presidente da Nissan nega complô contra Ghosn e defende aliança com Renault
Desde a detenção surpresa de Carlos Ghosn no dia 19 de novembro, em Tóquio, as especulações são muitas a respeito do destino do até então poderoso executivo e da aliança das montadoras Renault, Nissan e Mitsubishi Motors.
Desde a detenção surpresa de Carlos Ghosn no dia 19 de novembro, em Tóquio, as especulações são muitas a respeito do destino do até então poderoso executivo e da aliança das montadoras Renault, Nissan e Mitsubishi Motors.
Em entrevista exclusiva ao jornal econômico francês Les Echos na edição desta terça-feira (15), o presidente da Nissan, Hiroto Saikawa, analisa a situação.
O franco-libanês brasileiro Carlos Ghosn já foi retirado dos conselhos de administração da Nissan e da Mitsubishi, mas continua na presidência da francesa Renault.
A aliança Renault-Nissan-Mitsubishi foi o grupo que mais vendeu automóveis no primeiro semestre de 2017, à frente da Volkswagen AG, Toyota e General Motors.
Diante do escândalo envolvendo Ghosn, acusado no Japão de ter dissimulado rendimentos e ter feito malversação de fundos, qual o futuro da aliança entre a montadora francesa e as duas japonesas?
Hiroto Saikawa diz, na entrevista, que a aliança é crucial e garante a sua continuidade. Ele conta que participou da concepção do grupo há quase 20 anos.
“Cresci com ela e hoje, mais do que nunca, estou convencido de que a aliança é uma vantagem competitiva chave para as nossas empresas”, diz. “É ela que nos permitiu rivalizar com as gigantes da indústria automobilística.
Trabalhamos com respeito mútuo e não há rigorosamente nenhum motivo para duvidar de sua continuidade”, garante.
O executivo japonês se diz “profundamente chocado” com a prisão de Ghosn. “Ainda não consigo acreditar no que aconteceu”, conta. “Trabalhei muitos anos com Carlos Ghosn, atravessamos períodos difíceis juntos e aprendi muito ao seu lado.
Foi um líder exemplar que conseguiu salvar a Nissan e colocar a companhia nos trilhos”. Mas ele pondera que as revelações sobre Ghosn são “graves e contrárias à ética”.
Saikawa refuta as especulações de que a queda de Ghosn teria sido um complô. “É um absurdo e não entendo que as pessoas possam acreditar nisso! Vejam os fatos. São graves. Fui o primeiro a ficar chocado com o que as investigações revelaram”, argumenta. “Não é fácil aceitar moralmente todos os fatos.
As consequências das auditorias internas e das investigações pesam sobre toda a organização”, diz o presidente da Nissan.
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