Novo referendo é única saída para Brexit, defendem parlamentares britânicos
As votações decisivas desta semana no Parlamento britânico expuseram ainda mais a divisão e fragilidade das lideranças políticas no Reino Unido. Enquanto isso, a União Europeia acompanha atenta os desdobramentos e se prepara para talvez adiar o prazo do Brexit, que deveria ocorrer no dia 29 de março.
As votações decisivas desta semana no Parlamento britânico expuseram ainda mais a divisão e fragilidade das lideranças políticas no Reino Unido. Enquanto isso, a União Europeia acompanha atenta os desdobramentos e se prepara para talvez adiar o prazo do Brexit, que deveria ocorrer no dia 29 de março.
Letícia Fonseca Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas
O governo e oposição britânicos continuam divididos, em busca de uma solução quase miraculosa para o Brexit e um destino tranquilo para o país. Esta semana tem sido especialmente dramática para a primeira-ministra do Reino Unido Theresa May. Na terça-feira (15), a líder conservadora sofreu uma derrota histórica no Parlamento britânico, que rejeitou o acordo sobre o Brexit negociado por quase dois anos com Bruxelas.
Um dia depois, May enfrentou uma moção de censura e só não renunciou porque ganhou com uma margem de 19 votos. Depois desta vitória apertada, que reforçou a fragilidade política de Theresa May, a premiê decidiu convidar os partidos de oposição para discutir novas alternativas para o Brexit. Seu principal adversário, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, declinou o convite.
Vale lembrar que foi o próprio Corbyn que propôs a moção de censura contra Theresa May. O Reino Unido, que está mergulhado na maior crise política das últimas décadas, teria que deixar o bloco europeu daqui a menos de dez semanas. Mas até agora ninguém sabe ao certo como, ou até se o país vai realmente deixar a União Europeia.
Atraso no calendário das negociações
A extensão do prazo para a conclusão do Brexit é uma alternativa cada dia mais concreta. Após a derrota do plano de May, Alemanha e França se mostraram interessadas em atrasar o calendário das negociações. O presidente francês, Emmanuel Macron, foi o primeiro líder a admitir publicamente que a decisão sobre o Brexit seja adiada para depois das eleições europeias, que acontecem em maio.
Oficialmente, a data para o Reino Unido deixar a União Europeia é o próximo dia 29 de março. Esta semana, em sessão plenária do Parlamento Europeu, o negociador-chefe da UE para o Brexit, Michel Barnier, afirmou que “nunca o risco de um no-deal – sem acordo - pareceu tão elevado”. Após a rejeição do acordo pelo Parlamento britânico, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, acredita que existe maior probabilidade de um Brexit desordenado. Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, sugeriu que o Reino Unido considere reverter totalmente o Brexit.
Bruxelas pensa em adiar prazo
Nem mesmo Shakespeare poderia imaginar tanto caos em seu país. Theresa May prometeu apresentar uma alternativa ao Parlamento britânico na próxima segunda-feira (21). Bruxelas já pensa em adiar o prazo do Brexit. O jornal inglês The Times disse que a nova data será em 2020. Uma mudança nada fácil, muito menos simples, e que precisaria da aprovação de todos os governos do bloco europeu.
No caos político em que o Reino Unido se encontra, outro cenário possível, é imaginar que Theresa May volte a tentar a aprovação de seu antigo plano com algumas poucas modificações. Outro debate que vem ganhando força é a convocação de um novo referendo. Um número crescente de parlamentares britânicos defende a realização de uma nova consulta popular. Para eles, esta seria a única saída para o impasse político. Uma opção mais radical seria anular o Brexit. Ou seja, o Reino Unido se manteria na União Europeia mesmo sem um novo referendo. No entanto, este cenário é considerado bastante improvável.
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