Após reunião de vice-premiê da Itália com "coletes amarelos", França convoca seu embaixador em Roma
"Uma provocação inaceitável": é desta forma que o governo francês classificou o encontro do vice-primeiro-ministro italiano, Luigi Di Maio, com representantes dos "coletes amarelos", na última terça-feira (5). Paris resolveu convocar seu embaixador na Itália para consulta nesta quinta-feira (7), diante do que classificou de "uma situação grave".
"Uma provocação inaceitável": é desta forma que o governo francês classificou o encontro do vice-primeiro-ministro italiano, Luigi Di Maio, com ...De acordo com a porta-voz do Ministério francês das Relações Exteriores, Agnès von der Mühll, essa é a primeira vez desde o final da Segunda Guerra Mundial que a França tem que convocar seu embaixador em um país aliado após uma provocação, vista por Paris como “uma prova de ingerência”.
"Há vários meses, a França tem sido alvo de repetidas acusações, ataques infundados, declarações ultrajantes", disse, em comunicado, Agnès von der Mühll. "A última interferência é uma provocação adicional e inaceitável", acrescentou.
Ela lembrou que Di Maio tem responsabilidades governamentais e deve ser cauteloso para não afetar as bilaterais com suas declarações. "Tanto pelo interesse da França como da Itália", frisou a porta-voz.
“O vento da mudança cruzou os Alpes”
A reunião de Di Maio com membros dos "coletes amarelos", mobilizados por várias semanas contra o presidente Emmanuel Macron, foi a gota d'água para o governo francês. O chefe do partido Movimento 5 Estrelas (M5E) postou fotos nas redes sociais do encontro com militantes anti-Macron na região parisiense. "O vento da mudança cruzou os Alpes", escreveu o vice-premiê italiano no Twitter.
Essa não foi a primeira vez que o líder do M5E desafiou o governo francês. No início de janeiro, ele deixou um recado para os coletes amarelos no blog de seu partido. "Não cedam!", escreveu. Já o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, afirmou recentemente que espera que os franceses consigam se livrar logo de seu "péssimo presidente" - declarações inéditas entre países fundadores da União Europeia.
Os "coletes amarelos" protestam desde meados de novembro contra a pressão fiscal, os baixos salários e em defesa do poder aquisitivo. O movimento tem entre seus seguidores simpatizantes da extrema-direita. Embora haja profunda divisões no grupo, os militantes continuam realizando protestos todos os sábados, há 12 semanas.
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