Oposição acusa Macron de usar debate com "coletes amarelos" para fazer campanha
Os jornais franceses desta segunda-feira (11) tratam da atuação do presidente Emmanuel Macron para resolver a crise com os "coletes amarelos". A oposição acusa o chefe de Estado de antecipar a campanha de seu partido, a República em Marcha, de olho nas eleições europeias, em 26 de maio.
Os jornais franceses desta segunda-feira (11) tratam da atuação do presidente Emmanuel Macron para resolver a crise com os "coletes amarelos"."Macron diante da tentação da campanha permanente" é a manchete do jornal Le Figaro. O diário ressalta que, dentro da proposta do presidente de realização de um grande debate nacional, sua atuação - ao encontrar eleitores, prefeitos, vereadores, deputados - mais se assemelha a de um candidato do que a de um governante.
"O chefe de Estado escolheu usar os debates como uma maneira de refazer os laços entre ele e os franceses. Resultado: depois de quatro encontros de várias horas cada um, o presidente subiu nas pesquisas de opinião", destaca Le Figaro.
"Grande debate ou campanha disfarçada?", questiona o jornal Aujourd'hui en France em sua manchete. O diário publica que "as críticas se multiplicam na oposição contra o executivo francês, acusado de dissimular o grande debate em vista das eleições europeias".
Aujourd'hui en France considera que Macron conta com vantagens em relação aos outros partidos, como a cobertura midiática que ganha ao participar dos encontros com os "coletes amarelos" pela França e os custos dessas viagens - pagas com o dinheiro público. Alguns partidos já pensam até mesmo na possibilidade de acionar o Conselho Superior do Audiovisual para considerar o tempo e o espaço que o presidente aparece nas mídias como propaganda eleitoral.
Empresariado francês "pisa em ovos"
Já o jornal Les Echos se concentra sobre o silêncio do empresariado sobre a crise dos coletes amarelos. "Grande debate: o medo dos empregadores" é a manchete do diário. Segundo Les Echos, desde o início da mobilização dos coletes amarelos, "o empresariado pisa em ovos".
O jornal destaca que os empregadores preferem manter o silêncio já que as manifestações não reividicaram, até o momento, aumento de salários. O movimento dos coletes amarelos contesta, sobretudo, os impostos cobrados pelo governo. Mantendo a discrição, diz Les Echos, o empresariado não se tornou alvo de críticas, insatisfações ou reivindicações.
"Hoje os chefes de empresa temem sobretudo que as reformas trabalhistas deixem de ser realizadas", publica Les Echos. Segundo o jornal, o empresariado receava que Macron anunciasse um aumento do salário mínimo para acalmar os "coletes amarelos". Por enquanto, os empregadores não escondem o alívio ao ver que as medidas anunciadas pelo presidente pouco afetam o modo de funcionamento das empresas, conclui o jornal.
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