Líderes criam comissão transatlântica contra ingerência nas eleições

Um ex-secretário-geral da OTAN e ex-vice-presidente dos EUA lançaram neste sábado (16) uma comissão para combater as tentativas de interferência, principalmente russas, nas eleições europeias, uma ameaça bem identificada pelos serviços de inteligência.

Um ex-secretário-geral da OTAN e ex-vice-presidente dos EUA lançaram neste sábado (16) uma comissão para combater as tentativas de interferência, principalmente ...

Quando os europeus forem às urnas em maio para eleger seu Parlamento, "os poderes malignos também quererão se manifestar" nos 27 Estados em questão, advertiu o ex-chefe da Otan, Anders Fogh Rasmussen, na conferência anual sobre Segurança em Munique.

"É altamente provável que potências estrangeiras tenham como alvo muitas dessas eleições, se infiltrando nos sistemas eleitorais, secretamente apoiando candidatos ou espalhando notícias tóxicas na mídia", alertou.
 
De acordo com Biden, vice-presidente de Barack Obama, estas tentativas de interferência podem "vir atores especialmente russos, mas também outras partes interessadas para danificar a confiança do povo no processo democrático de cada um dos países."

Ele evocou a ameaça de "ataques cibernéticos, operações secretas fde inanciamento e de desinformação", apresentando o lançamento de uma "Comissão transatlântica para a integridade das eleições" constituída de personalidades do mundo da política, da mídia e do setor financeiro.

Comprometimento

Esta iniciativa propõe um registro on-line onde os partidos políticos e os candidatos podem se comprometer a não usar material "falsificado, pirateado ou roubado para fins de desinformação ou propaganda".

No dia anterior, em Munique, os diretores dos serviços de inteligência estrangeiros alemães (BND), britânicos (MI6) e franceses (DGSE) se referiram a esses mesmos riscos em uma declaração conjunta.

"O continente europeu está sob crescentes ameaças de interferência e agressões externas" que podem "assumir muitas formas variadas (ataques cibernéticos, tentativas de desestabilizar o processo eleitoral) e procuram minar nossa soberania", adverte o presidente da DGSE, Bernard Emié, citado no comunicado de imprensa.

De acordo com o jornal Die Welt, a inteligência alemã suspeita que Moscou apoia partidos de extrema direita, como a AfD, na corrida para as eleições europeias.

O populista americano e ex-assessor de Donald Trump, Steve Bannon, procura, de sua parte, reunir os movimentos nacionalistas na Europa e forjar laços com vários partidos políticos do Velho Continente.

(Com informações da AFP)