Pico de poluição e temperatura elevada provocam adoção de rodízio em Paris
A França registra nesta semana dias ensolarados e temperaturas excepcionalmente elevadas para o inverno. Em algumas regiões do país, os termômetros chegaram a 20 graus. Essas condições atmosféricas favorecem a poluição nas grandes cidades e levaram as autoridades de Paris e Lille (norte) a instaurar o rodízio de veículos nesta quarta-feira (27), devido à concentração de partículas finas no ar.
A França registra nesta semana dias ensolarados e temperaturas excepcionalmente elevadas para o inverno. Em algumas regiões do país, os termômetros chegaram a 20 graus.Os dias luminosos e de céu azul, após vários meses de frio e tempo cinza, animam os franceses a ficar na rua. Mas o ar está irrespirável na capital francesa. Desde a semana passada, médicos e meteorologistas deram o sinal de alerta.
Na sexta-feira (22), a agência Airparif, que mede os níveis de gases poluentes, constatou que Paris teve um dia mais poluído que Pequim. Crianças e idosos são os mais vulneráveis, mas a poluição é um veneno que ao longo dos anos diminui a expectativa de vida dos moradores de centros urbanos.
A poluição é causada principalmente pelo tráfego rodoviário e o aquecimento doméstico, que emitem dióxido de nitrogênio e partículas de PM10. Outro elemento que contribui para o pico de poluição é o tempo aberto sem vento. A alta pressão (o anticiclone) "desempenha, além do papel de uma cobertura, impedindo trocas entre as diferentes camadas da atmosfera, o que provoca o acúmulo de poluentes ao longo dos dias", explica a agência MétéoFrance.
Rodízio é organizado por selos adesivos nos carros
O rodízio na França não é organizado pelo final da placa dos carros, mas por um selo adesivo chamado Crit’air, apresentado em seis cores diferentes e numeração que vai de 0 a 5, para o carro mais poluente. A classificação leva em conta o tipo de combustível (elétrico, à gasolina ou à diesel) e o ano de fabricação do automóvel. O adesivo fica colado no para-brisa dos carros.
Amanhã, os veículos mais poluentes, que receberam os selos 4 (vermelho) e 5 (cinza), serão proibidos de circular em Paris e mais 12 cidades da periferia próxima, nos departamentos de Hauts-de-Seine, Seine-Saint-Denis e du Val-de-Marne. Apenas os carros com adesivos verde, 1 (roxo), 2 (amarelo) e 3 (laranja) poderão circular.
Essa proibição também afetará a metrópole de Lille, por causa de um terceiro dia de poluição com partículas finas, diz a prefeitura do norte, que impõe essas restrições pela primeira vez. No caso da capital, será a quarta vez, depois de episódios de poluição registrados em janeiro de 2017, julho e agosto de 2018 (pico de ozônio).
A agência Airparif prevê para amanhã um nível de concentração de partículas finas em Paris acima do limite tolerado, fixado em 50 μg/m3. Na semana passada, a região metropolitana já tinha ultrapassado esse teto na quarta, quinta e sexta-feira (acima de 70 μg/m3), ou seja, concentrações significativas. A prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, imediatamente pediu a instauração do rodízio, mas não foi atendida.
Esta é outra diferença em relação ao Brasil: na França, cabe ao Estado autorizar ou não a restrição de circulação. A medida paliativa adotada desde o fim da semana foi reduzir a velocidade máxima de 20 km/h nas estradas e vias de grande circulação. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (Prefecture de Paris), responsável pela aplicação das multas, 22 mil motoristas passaram por controles policiais para reduzir a velocidade e 6.644 multas foram aplicadas.
A chegada de uma frente fria na quinta-feira deve melhorar as condições atmosféricas e provavelmente suspender o rodízio.
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