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Seul: Sul-coreanos conservadores protestam contra o fim da guerra da Coreia

26/02/2019 18h18

A segunda cúpula entre Kim Jong-um e Trump começa nesta quarta-feira (27) em Hanói, no Vietnã. Um dos assuntos presentes no menu do encontro será uma declaração que encerraria formalmente a Guerra da Coreia. Com efeito, apenas um armistício foi assinado em 1953 e, tecnicamente, a Coréia do Norte, os EUA e a Coreia do Sul ainda estão em guerra. Na Coreia do Sul, se o governo dá muito apoio ao fim do conflito, cidadãos conservadores estão se posicionando contra o fim do confronto.

A segunda cúpula entre Kim Jong-um e Trump começa nesta quarta-feira (27) em Hanói, no Vietnã. Um dos assuntos presentes no menu do encontro será uma declaração que encerraria formalmente a Guerra da Coreia. Com efeito, apenas um armistício foi assinado em 1953 e, tecnicamente, a Coréia do Norte, os EUA e a Coreia do Sul ainda estão em guerra. Na Coreia do Sul, se o governo dá muito apoio ao fim do conflito, cidadãos conservadores estão se posicionando contra o fim do confronto.

Frédéric Ojardias, correspondente da RFI em Seul

Vários desertores norte-coreanos gritam sua raiva e preocupação sob a estátua do Almirante Yi Sun-shin, no centro de Seul. O refugiado Kim Seong-min conclama Donald Trump a falar sobre direitos humanos na cúpula em Hanói, no Vietnã: "Donald Trump, peça para Kim Jong-un fechar os campos de prisioneiros políticos! Mas se Kim e Trump declararem o fim da guerra durante o encontro, a Coreia do Norte exigirá a saída das tropas norte-americanas da Coreia do Sul. O regime tentará fazer do sul um país comunista. Kim Jong-un também quer nos escravizar!”, diz o homem.

Retratos rasgados

Os manifestantes rasgaram na sequência retratos de Kim Jong-un. Cho Won-jin, presidente do Partido de patriotas coreanos, é o organizador do evento: "A declaração de acabar com a guerra sem abandonar as armas nucleares é uma armadilha da Coreia do Norte. Isso causará a partida das tropas norte-americanas. O presidente sul-coreano quer que acreditemos que isso constituirá a paz, mas não é verdade”, argumenta.

Reviravolta inesperada

Numa reviravolta política bastante inesperada, os progressistas sul-coreanos, antes bastante contrários a Trump, agora elogiam a política de envolvimento do presidente dos EUA em relação a Kim Jong-un. E são os conservadores sul-coreanos que compartilham o ceticismo dos democratas norte-americanos.