Rússia e China vetam projeto de resolução na ONU sobre ajuda humanitária
A Rússia e a China vetaram nesta quinta-feira (27) um projeto de resolução apresentado pelos Estados Unidos na ONU que exigia a realização de eleições "justas" na Venezuela, mas a proposta de Moscou também não obteve os votos necessários.
A Rússia e a China vetaram nesta quinta-feira (27) um projeto de resolução apresentado pelos Estados Unidos na ONU que exigia a realização de eleições "justas" na Venezuela, mas a proposta de Moscou também não obteve os votos necessários.
O texto americano, que também pede a entrada "sem exigências" de ajuda humanitária no país, recebeu o apoio de nove dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, entre eles França, Grã-Bretanha, Alemanha, Peru e República Dominicana. A África do Sul votou contra, enquanto Indonésia, Guiné Equatorial e Costa do Marfim se abstiveram.
O texto russo citava "ameaças do uso da força" na Venezuela e obteve apenas quatro votos a favor (Rússia, China, África do Sul e Guiné Equatorial), sete contra e quatro abstenções. A votação evidenciou a divisão entre as potências mundiais na ONU sobre uma possível solução para a situação no país, mergulhado numa grave crise política e com sua economia em colapso.
Divergências entre russos e americanos
"Lamentavelmente, ao votar contra esta resolução, alguns membros deste Conselho continuam protegendo Maduro e seus cúmplices e prolongando o sofrimento dos venezuelanos", lamentou no Conselho o representante americano para Venezuela, Elliott Abrams, que, apesar do resultado, celebrou o apoio recebido pela proposta.
“Os Estados Unidos parecem ter esquecido o que é o direito internacional. A única coisa que desejam é uma mudança de governo, disfarçada de assistência humanitária", declarou o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia. "Já vimos isso na Líbia, Iraque, Síria e Afeganistão", exemplificou.
O texto americano frisava que o governo de Maduro provocou um "colapso econômico", e que era necessário impedir o agravamento da crise humanitária, possibilitando o "ingresso sem exigências" de mantimentos. O projeto de resolução também estabelecia a realização de "eleições livres, justas e confiáveis", com a presença de observadores internacionais, e descrevia a reeleição de Maduro em maio passado como "fraudulentas."
Após a votação, o embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, denunciou o "roubo de mais de US$ 30 bilhões" do povo venezuelano por parte dos Estados Unidos e Grã-Bretanha, que bloquearam seus ativos. Para os russos, a proposta americana gerava preocupação pelas "ameaças do uso da força" na Venezuela e "tentativas de intervenção em assuntos" internos do país.
Moscou defende uma "solução política" e "pacífica" para a crise. Para o país, o governo de Maduro é o único que tem autoridade para solicitar ajuda e coordenar sua entrada e distribuição. A Venezuela atravessa a pior crise de sua história moderna, com hiperinflação e uma escassez de alimentos e medicamentos que já provocou o exílio de 2,7 milhões de pessoas desde 2015.
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