Jornalistas protestam contra censura na Croácia
Centenas de jornalistas croatas manifestaram neste sábado (2) em Zagreb contra a multiplicação de processos judiciais visando profissionais da imprensa. Eles alegam que as medidas legais equivalem a uma tentativa de censura.
Centenas de jornalistas croatas manifestaram neste sábado (2) em Zagreb contra a multiplicação de processos judiciais visando profissionais da imprensa.A manifestação é uma resposta ao apelo da Associação de Jornalistas Croatas (HND), com o objetivo de denunciar as diversas ações judiciais tendo como alvo a imprensa. Os protestos também denunciam uma pressão política e ameaças contra jornalistas. “Vocês tomaram conta das mídias, mas nós não abandonaremos o jornalismo!”, diz um cartaz.
“Já chega de perseguição, isso já dura há décadas”, lamenta o presidente da Associação, Hrvoje Zovko, que acusa o governo conservador de “destruir o jornalismo”. “Vivemos em um país onde podemos ser condenados por ter publicado uma informação verídica.”
Segundo a HND, mais de 1.100 casos judiciais estão sendo analisados contra jornalistas ou veículos de comunicação. As acusações são em geral feitas por políticos ou personalidades públicas, com o pretexto de “violação do direito ao respeito da vida privada” ou “atentado à honra”.
Aumento de ameaças ao jornalismo na Europa
Um relatório elaborado por doze organizações parceiras do Conselho da Europa, entre elas a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), já chamou a atenção, no mês passado, para as ameaças visando os jornalistas no bloco europeu. Segundo o estudo, as violações de liberdade de imprensa têm aumentado na região, alcançando índices que não eram registrados “desde o final da Guerra fria”.
De acordo com o relatório, 140 “violações sérias” da liberdade de imprensa foram registradas em 2018 em 32 dos 47 estados-membros do Conselho da Europa. Entre esses casos, “pelo menos dois jornalistas foram assassinados em razão de seu trabalho”, aponta o estudo, em alusão ao eslovaco Jan Kuciak, morto em sua residência, e o saudita Jamal Khashoggi, assassinado no consulado de seu país na Turquia, país que faz parte do Conselho da Europa.
O relatório ressalta ainda que 130 jornalistas estavam detidos no final de 2018 nos países do grupo. Entre eles, 110 permaneciam presos apenas na Turquia. O país registra um recorde mundial de detenção de profissionais da imprensa, principalmente após a tentativa de golpe de Estado frustrada de 2016, que foi seguida de uma onda de prisões.
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