Funcionários bloqueiam prisões na França após ataque contra agentes penitenciários
Na manhã desta quarta-feira (6), agentes penitenciários bloquearam pelo menos 18 prisões francesas, o que representa 10% das cadeias do país. O movimento de protesto acontece após a agressão de caráter terrorista ocorrida na terça-feira (5) em um presídio de segurança máxima de Alençon, na região noroeste. A polícia interveio para acabar com os bloqueios, mas o acesso a duas cadeias permanece obstruído pelos manifestantes.
Na manhã desta quarta-feira (6), agentes penitenciários bloquearam pelo menos 18 prisões francesas, o que representa 10% das cadeias do país.Além de bloquear 18 das 188 prisões francesas nesta manhã, os agentes também realizaram operações tartaruga pontuais ou bloqueios parciais em outros estabelecimentos. O movimento de protesto afetou a penitenciária de Fleury-Mérogis, na periferia de Paris, a maior da Europa. A polícia interveio e o acesso ao local foi restabelecido.
Durante o dia, outras ações foram suspensas. Mas a mobilização continua pelo menos em duas prisões. “Este é um movimento ilimitado. A emoção é grande na categoria. Havia muito tempo que alertávamos a administração penitenciária que isso iria acontecer”, declarou a AFP Emmanuel Guimarães, delegado nacional do sindicato Força Operária (FO), na frente da cadeia de Condé-sur-Sarthe, onde ocorreu o ataque.
Ataque terrorista
Na terça-feira, a mulher de um detento condenado a 30 anos de prisão por sequestro seguido de morte, assalto a mão armada e apologia ao terrorismo, conseguiu entrar no presídio para visitar o marido com uma faca de cerâmica. O material passa despercebido pelo detector de metal.
O casal feriu gravemente a facadas dois agentes penitenciários aos gritos de "Allah Akbar" (Deus é grande em árabe). Durante a intervenção das forças especiais para desarmá-los, a mulher foi atingida e morreu. O marido dela, Michaël Chiolo, teve ferimentos leves e está sendo interrogado.
O ataque relança o debate sobre as condições de trabalho dos agentes penitenciários, principalmente porque o detento envolvido integrava uma lista de prevenção à radicalização terrorista. No entanto, ele não estava preso na ala criada especialmente para os detidos radicalizados no presídio de segurança máxima de Condé-sur-Sarthe. Ele foi inclusive autorizado a trabalhar e a receber a visita da mulher em uma unidade de convivência familiar.
A ministra da Justiça, Nicole Belloubet, reconheceu que “existem falhas” na gestão dos presos radicalizados e pediu uma inspeção para esclarecer as circunstâncias da agressão.
Controle de segurança insuficiente
Os agentes consideram ainda que o controle de segurança dos visitantes é insuficiente. De acordo com a legislação francesa, sem o alarme do detector de metal e o consentimento expresso dos visitantes, eles não podem ser revistados pelos policiais.
O ataque está sendo investigado pela Procuradoria antiterrorista. Segundo a Procuradoria de Paris, o detento alegou querer "vingar" o autor do atentado de Estrasburgo, Cherif Chekatt, que matou três pessoas e feriu outras dez no mercado de Natal, em dezembro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.