"Eu não conheço essa retórica anti-China no governo", diz ministro de Minas e Energia
Menos de um mês após a visita do chanceler Ernesto Araújo aos Estados Unidos, esta semana foi a vez do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, reforçar a mensagem de desburocratização e abertura econômica que o governo do presidente Jair Bolsonaro tenta difundir. Em uma palestra nesta quinta-feira (7) no Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center for Scholars, em Washington, DC, o ministro defendeu a previsibilidade e segurança jurídica que caracterizam o setor energético e facilitam a atração de novos investimentos.
Menos de um mês após a visita do chanceler Ernesto Araújo aos Estados Unidos, esta semana foi a vez do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, reforçar a ...Nathalia Watkins, correspondente da RFI em Washington
Menos de um mês após a visita do chanceler Ernesto Araújo aos Estados Unidos, esta semana foi a vez do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, reforçar a mensagem de desburocratização e abertura econômica que o governo do presidente Jair Bolsonaro tenta difundir. Em uma palestra nesta quinta-feira (7) no Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center for Scholars, em Washington, DC, o ministro defendeu a previsibilidade e segurança jurídica que caracterizam o setor energético e facilitam a atração de novos investimentos.
“É importante ressaltar os esforços para a implementação da agenda econômica liderada pelo ministro Paulo Guedes, que tem quatro pilares: privatizações, reforma da previdência, reforma administrativa e abertura econômica. Tenho certeza que nos tornaremos um país mais competitivo depois que essas reformas forem implementadas”, disse para uma plateia composta por acadêmicos, jornalistas e funcionários de ambos os governos.
Ao mesmo tempo, Albuquerque disse desconhecer alguns dos primeiros efeitos concretos da retórica do governo Bolsonaro. Segundo noticiado pelo Valor, declarações do presidente sobre investimentos chineses levaram Pequim a frear a liberação de um fundo bilionário. O Fundo de Cooperação Brasil-China para a Expansão da Capacidade Produtiva foi lançado em 2015 para incrementar a cooperação bilateral e aguarda a seleção de projetos para o aporte.
“Todos os investidores chineses com quem conversei estão interessados em aumentar os investimentos no país, principalmente no setor elétrico. Não conheço essa retórica anti-China, não recebi nenhuma orientação nesse sentido. Nós tratamos todos da mesma forma, o importante é que venham investimentos para o Brasil”, disse o ministro para a reportagem da RFI Brasil durante uma coletiva de imprensa.
Energia nuclear e exploração de terras indígenas
O ministro reiterou sua intenção de autorizar a atividade de mineração em terras indígenas e faixa de fronteira. Segundo Albuquerque, a opção está sendo estudada e, para ele, as restrições que existem para a mineração nessas áreas prejudicam o seu desenvolvimento, estimulam atividades ilegais e ainda criam focos de conflito.
“A exploração já está na Constituição mas nunca foi regulamentada e é isso que o governo pretende fazer. A regulamentação é a maneira de contribuir para a preservação do meio ambiente, para o desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida nessas comunidades indígenas. Quem está preocupado com essas comunidades deveria ficar feliz com essa iniciativa do governo que vai beneficiar, principalmente, as próprias comunidades indígenas”.
Outro tema considerado sensível que mereceu a atenção do ministro foi a defesa da energia nuclear. Segundo Albuquerque, o Brasil não pode "ficar refém do preconceito e da desinformação e deve explorar suas duas vantagens competitivas: o conhecimento da tecnologia do ciclo do combustível nuclear e abundância de reservas de urânio no país. “Energia nuclear é uma das mais limpas do mundo e representa apenas 1.2% da nossa matriz energética. Vamos avaliar também esta opção no nosso plano energético”, acrescentou.
Brumadinho
O ministro de Minas e Energia afirmou ainda que todas as barragens de rejeitos de mineração do país serão fiscalizadas até o fim deste ano. Segundo Albuquerque, a Agência Nacional de Mineração tem priorizado a inspeção de locais com maior potencial de dano. Até dezembro de 2019, todas as cerca de 800 barragens serão fiscalizadas.
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