Mendoza, capital do vinho argentino, vive 'boom' de turistas brasileiros
Até o próximo dia 11, a capital argentina do vinho está em plena Festa Nacional da Vindima, a temporada de colheita da uva. E a cada ano, o que mais surpreende não é o volume nem a qualidade da colheita, mas a quantidade de brasileiros que viajam para uma experiência enogastronômica.
Até o próximo dia 11, a capital argentina do vinho está em plena Festa Nacional da Vindima, a temporada de colheita da uva. E a cada ano, o que mais surpreende não é o volume nem a qualidade da colheita, mas a quantidade de brasileiros que viajam para uma experiência enogastronômica.
Márcio Resende, de Mendoza
A educadora paulista Elizane Mecena (47) tem a felicidade estampada no rosto. Vai finalmente desvendar a história por trás de cada Malbec argentino que regularmente desfruta em São Paulo. Elizane fez o caminho contrário de cada garrafa exportada ao Brasil. "Descobrir Mendoza vem muito da necessidade de entender melhor o que é o vinho e por que ele traz esse prazer, né? Principalmente aqueles que a gente já bebe no Brasil e sabemos pouco da história, além do que já está publicado e do que a vinícola diz", explicou Elizane à RFI enquanto degusta um novo Malbec.
A cada ano, mais e mais brasileiros aprimoram o seu conhecimento sobre vinho. À medida que se aprofundam nesse gosto, partem para esse novo mundo, literalmente. Na capital argentina do vinho, o crescimento de turistas brasileiros chegou a 75% nos últimos dois anos. É o lugar onde o turismo brasileiro mais cresceu na Argentina.
Enquanto o turismo de brasileiros aumentou, em média, 15% em todo o país entre 2016 e 2017, em Mendoza, esse crescimento mais do que duplicou essa média, chegando a 34,3%. Os números de 2018 ainda não foram divulgados, mas a estimativa é de que o ano tenha fechado entre 92 mil turistas brasileiros (novo aumento de 25%) e 100 mil (aumento de 34%).
"Esta viagem a Mendoza é uma combinação de descanso-vinho, vinho-descanso, descanso-vinho", sintetiza Elizane. Ao lado de Elizane, o seu noivo, o também educador paulista Flávio Carli (47), vê no vinho argentino um motivo mais sedutor para a viagem em plena Festa Nacional da Vindima.
"Os (vinhos) argentinos selam uma história de amor. O primeiro vinho que tomamos quando estivemos juntos com Elizane Mecena, amor da minha vida, foi um belo Malbec argentino que deu início a uma bela história de amor", revela um romântico Flávio embalado pela intensidade de um Malbec e embriagado pelo sentimento.
Esse clima de romantismo em torno de uma taça de vinho no seu local de origem ficou ainda mais possível a partir da forte desvalorização do peso argentino no último ano e a partir da conectividade aérea que se multiplicou desde 2015.
As rotas diretas ligam São Paulo com Mendoza e até Florianópolis com Mendoza. Durante o inverno, o Rio de Janeiro também terá voos diretos. Também aumentou a quantidade de conexões em Buenos Aires.
Cultura de viver a vida
O governador de Mendoza, Alfredo Cornejo, explicou à RFI que o brasileiro procura a região sempre pelo vinho e, no inverno, também pela neve.
"O perfil do brasileiro que chega a Mendoza é de quem gosta de vinho. Vem ter uma experiência de prazer com o vinho e com a gastronomia. Além disso, os brasileiros são bons para beber. E nós gostamos disso. Precisamos de muitos brasileiros desse tipo", celebra Cornejo. "Os brasileiros têm uma cultura de aproveitar a vida e Mendoza é o ambiente ideal para isso", conclui o governador.
Os números do EMETUR, o órgão de Turismo de Mendoza, confirmam que os brasileiros estão descobrindo Mendoza e que vêm para relaxar com o turismo enogastronômico: 93% dos turistas brasileiros chegam a Mendoza pela primeira vez e 91% vem por prazer.
Ao pé da Cordilheira dos Andes, Mendoza produz 70% dos vinhos argentinos e 90% dos espumantes. Das 930 vinícolas argentinas, 865 estão em Mendoza. Os carros-chefe do país são o Malbec, em uva tinta, e o Torrontés, em uva branca. Ambas as uvas, de origem francesa e espanhola, respectivamente, encontraram no solo mendocino o seu melhor terroir no mundo.
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