Sob polêmicas, Dia da Mulher vira feriado em Berlim
Essa é a primeira vez que o Dia da Mulher é feriado em Berlim, enquanto o resto da Alemanha trabalha normalmente neste 8 de março. Até então, a cidade era uma das regiões do país com menos feriados oficiais.
Essa é a primeira vez que o Dia da Mulher é feriado em Berlim, enquanto o resto da Alemanha trabalha normalmente neste 8 de março.Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim
Diversas manifestações foram programadas na capital alemã. A maior delas é uma passeata que atravessa a cidade e deve reunir cerca de 10 mil pessoas, segundo estimativa da polícia. Também há uma série de eventos, como debates sobre o papel da mulher na sociedade e exposições sobre o tema.
Uma pesquisa do instituto de opinião YouGov aponta que 54% dos alemães concorda com o Dia da Mulher virar feriado oficial. Entre os homens, a parcela cai para 48%, enquanto 60% das mulheres se disseram favoráveis à medida, conforme a sondagem.
O novo dia de folga berlinense, criado em janeiro pelo governo local, não acontece sem algumas críticas. Enquanto membros de partidos que compõem a coalizão de governo municipal –socialistas, sociais-democratas e verdes – elogiam a iniciativa como um marco para a luta pela igualdade entre mulheres e homens, políticos conservadores afirmam que a medida provocará perdas financeiras para a cidade. A associação local de comércio e indústria estimou o prejuízo em cerca de € 160 milhões.
Mulher ou data religiosa?
Já o arcebispo de Berlim, Heiner Koch, reclama que o dia foi escolhido sem que os berlinenses fossem consultados. Ele diz que a maioria dos cidadãos da cidade prefeririam outras datas comemorativas, como o Dia da Reforma Protestante ou o Dia da Queda do Muro.
Uma sondagem encomendada pelo jornal Berliner Zeitung indicou que enquanto 25% dos berlinenses são a favor de que o novo feriado seja o Dia da Reforma Protestante (31 de outubro) e 20% optaram pelo Dia da Queda do Muro (9 de novembro), apenas 15% votaram no Dia da Mulher.
Diferenças salariais maiores do que no resto da União Europeia
Especialistas concordam que, apesar dos avanços, a sociedade alemã ainda tem um longo caminho a percorrer para eliminar as disparidades de gênero. Segundo dados de 2016 do Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), a diferença salarial entre homens e mulheres no setor privado alemão é de 21,6%, percentagem maior do que a média da União Europeia (UE), que é de 16,5%.
O número de mulheres no Parlamento alemão, onde elas ocupam 30% das cadeiras, também é atualmente o menor dos últimos 20 anos – prova de que essa desigualdade também está presente no meio político, apesar de o país ser governado há quase 14 anos por uma mulher.
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