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Cresce o número de mortes de moradores de rua na França

14/03/2019 14h21

Em 2018, 566 moradores de rua morreram na França. No ano anterior, o número havia sido de 511 óbitos. Os dados são do coletivo Les Morts de la Rue (Os Mortos da Rua, em português), que nos últimos anos vem reunindo estatísticas sobre os óbitos envolvendo essa população. A média de idade é de 48 anos. Dos 566, treze eram menores de idade, sendo seis deles com menos de cinco anos.

Em 2018, 566 moradores de rua morreram na França. No ano anterior, o número havia sido de 511 óbitos. Os dados são do coletivo Les Morts de la Rue (Os Mortos da Rua, em português), que nos últimos anos vem reunindo estatísticas sobre os óbitos envolvendo essa população. A média de idade é de 48 anos. Dos 566, treze eram menores de idade, sendo seis deles com menos de cinco anos.

“Não conseguimos explicar esse aumento. Não dá para saber se houve mais mortes ou se nosso coletivo está ficando mais conhecido e com isso mais mortes nos foram sinalizadas”, disse Cecile Rocca, coordenadora do coletivo. Ela ressalta que nos últimos anos o número de mortes estava estável, com cerca de 500 óbitos anuais, antes do aumento observado em 2018. “Três meses antes do falecimento, cada uma dessas pessoas morou na rua, em lugares precários ou em centros de acolhimento temporários”, afirmou Rocca.

No entanto, o coletivo ressalta que as mortes em si nem sempre aconteceram nas ruas. “Algumas pessoas morreram em abrigos improvisados dentro de estacionamentos, em saídas de emergência de prédios, em obras paralisadas ou no metrô, mas também em hospitais e centros de acolhimento”, completou.

143 mil pessoas sem endereço fixo

A cada ano, o coletivo Les Morts de la Rue contabiliza o número de mortes e ressalta a precariedade encontrada por milhares de pessoas que vivem nas ruas. Em 2012, ano do último censo feito pelo Instituto Francês de Estatísticas (INSEE), foram registradas 143 mil pessoas sem endereço fixo no país e quase 13 mil pessoas morando nas ruas. “Nenhum outro censo foi feito desde então e não há nenhuma previsão para um novo”, lamenta Cecile Rocca.

Segundo o estudo 2008-2010 do Centro de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde (Cepidc-Inserm), que cruza os dados do coletivo com os da base nacional das causas médicas de óbito, o número real de mortes de pessoas sem endereço fixo entre 2012 e 2016 pode ser até seis vezes maior que divulgado pelo coletivo, ou seja, mais de 13 mil óbitos.