Ciclone tropical provoca caos e mortes ao Zimbábue e Moçambique

A passagem do ciclone tropical Idai deixou ao menos 65 mortos no Zimbábue e 48 em Moçambique, segundo balanço das autoridades dos dois países divulgado neste domingo (17). Dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas no centro de Moçambique e no leste do Zimbábue vizinho.

A passagem do ciclone tropical Idai deixou ao menos 65 mortos no Zimbábue e 48 em Moçambique, segundo balanço das autoridades dos dois países divulgado neste domingo (17).

Considerado como um dos ciclones mais poderosos dos últimos dez anos no Oceano Índico, Idai devastou a região central de Moçambique na madrugada de quarta (13) para quinta-feira (14), acompanhado de ventos de 190 km/h e de fortes temporais. O porto de Beira, a quarta cidade do país, com 500.000 habitantes, sofreu com fortes inundações e ficou praticamente isolada do mundo, sem eletricidade nem telefone. O aeroporto local foi fechado.
   
Os poucos socorristas que conseguiram chegar à região da Beira relataram um cenário de catástrofe generalizada. Edifícios destruídos, janelas quebradas e lojas fechadas. Bairros pobres foram "totalmente arrasados", segundo voluntários locais da Cruz Vermelha.

Ao deixar o centro de Moçambique, o ciclone Idai atingiu a região de Chimanimani, no Zimbábue, na madrugada de sexta-feira (15) para sábado (16). Um membro do parlamento zimbabuano de Chimanimani (leste), Joshua Sacco, disse que 150 a 200 pessoas estão desaparecidas. As equipes de resgate não conseguem chegar às áreas afetadas. O tempo ruim impediu os helicópteros militares de partirem em socorro às vítimas.

Equipes de resgate não conseguem chegar às áreas afetadas

O Jornal de Domingo, de Moçambique, informou que 48 pessoas morreram na província de Sofala (centro). A maioria das mortes no Zimbábue foi registrada no distrito de Ngangu, em um vale na cidade de Chimanimani (leste), onde quase cem casas foram destruídas.

Segundo a ONU, mais de 100 pessoas estão desaparecidas no Zimbábue e quase 10.000 foram afetadas pelo ciclone. Trezentos refugiados do campo de Tongogara (sudeste) foram afetados pelo ciclone e 49 casas danificadas. Ventos muito fortes arrancaram os telhados da prisão de Masvingo (sul), de acordo com a televisão estatal e o rádio ZBC.

Desde o início do mês, um sistema de baixa pressão associado ao ciclone Idai inundou o centro e o norte de Moçambique, provocando temporais. Antes da chegada de Idai, o número de mortos era de 66 pessoas, além de 17.000 deslocados e mais de 140.000 pessoas afetadas.