Imprensa francesa destaca fracasso do governo em lidar com crise dos "coletes amarelos"
O ato número 18 dos manifestantes "coletes amarelos" está na capa dos principais jornais franceses desta segunda-feira (18). Em destaque, a violência, o vandalismo e a persistência do movimento que já dura quatro meses, em uma longa queda de braço com o governo da França.
O ato número 18 dos manifestantes "coletes amarelos" está na capa dos principais jornais franceses desta segunda-feira (18)."De volta ao começo" é a manchete do jornal Libération que chegou às bancas nesta manhã. "Lojas saqueadas, incêndios... a intensa violência que marcou a manifestação parisiense no sábado (16) posiciona o movimento em uma batalha pela segurança com um executivo confuso", escreve o diário.
Libération critica o gerenciamento da crise pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que, na volta antecipada de suas férias, focou as críticas na violência do 18° sábado consecutivo de protestos. "Neste estado avançado desta crise social e política, o retorno da calma - condição necessária para a retomada de um diálogo construtivo - não passará pelo reforço da segurança e a demonstração de autoridade", afirma o diário, em editorial.
"Insuportável!" é a manchete de capa do jornal Le Figaro. O diário destaca as cenas de vandalismo de uma "brutalidade inédita", a recuperação do movimento pela esquerda radical e pelos black blocs, e a impotência do governo francês, diante da persistência dos "coletes amarelos".
O editorial do diário lembra que a impaciência dos manifestantes aumenta há semanas e a mobilização de sábado foi apresentada como um ultimato ao governo. "Não é porque o presidente está esquiando que o governo está de férias", reclama o editorialista, lembrando que apesar de o movimento durar quatro meses, o executivo não soube encontrar, até o momento, estratégias para restabelecer a ordem e dar uma resposta adequada às insatisfações.
Principais falhas do governo
"Como colocar um fim nisso?", questiona o jornal Aujourd'hui en France que exibe, em sua capa, uma foto de um incêndio na avenida Champs-Elysées. O diário destaca que 60 lojas e estabelecimentos foram visados pelos "coletes amarelos" em Paris, especialmente as marcas de luxo e o famoso restaurante Fouquet's, onde o ex-presidente Nicolas Sarkozy celebrou sua eleição em 2007.
Entre as várias questões que o governo não soube responder, está a dificuldade de antecipar a violência e a falta de adaptação do esquema de segurança. Mas Macron prometeu que episódios como os de sábado não vão se repetir. Segundo Aujourd'hui en France, o presidente francês pretende probir os protestos na avenida Champs-Elysées e aumentar ainda mais a presença das forças de ordem nas manifestações.
"Pressão máxima sobre os ombros de Macron", afirma o diário, dizendo que o presidente que achava que havia dominado a situação nas últimas semanas, graças ao debate nacional que promove sobre temas sensíveis à população, como a política fiscal. No entanto, a imagem do presidente esquiando nos Pireneus enquanto Paris estava em chamas no sábado dificulta ainda mais uma saída para a crise.
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