ONG denuncia processo de militantes feministas na Arábia Saudita
A Organização Human Rights Watch reagiu nesta quinta-feira (21) ao processo de três mulheres na Arábia Saudita indiciadas por defender o direito das mulheres.
A Organização Human Rights Watch reagiu nesta quinta-feira (21) ao processo de três mulheres na Arábia Saudita indiciadas por defender o direito das mulheres.
Em um comunicado, a ONG deplorou o motivo da prisão de Loujain al-Hathloul, Hatoon al-Fassi et Aziza al-Yousef, três das 12 militantes que foram detidas em maio de 2018, um mês depois dos protestos contra o fim da interdição que proibia as mulheres de dirigir na Arábia Saudita.
“Esse tipo de decisão não pode ocorrer em um governo que está implantando reformas, como afirma o príncipe herdeiro Mohammed bem Salmane e seus partidários”, declarou Michael Page, diretor-adjunto da organização para o Oriente Médio. O processo teve início no dia 13 de março em um tribunal penal de Riad.
A maioria das militantes detidas lutou pelo direito das mulheres e contra a lei que impõe às sauditas a permissão de um homem da família para resolver vários tipos de problemas, inclusive administrativos. Elas foram acusadas de colocar em risco os “interesses nacionais e de ajudar “os inimigos do Estado”. Algumas das manifestantes foram libertadas.
As militantes fazem parte do grupo preso há cerca de um ano, segundo a presidente da Corte de Justiça saudita, Ibrahim al-Sayari. Apenas as famílias das mulheres foram autorizadas a assistir à audiência.
Tortura e assédio sexual
Algumas delas, como Loujain, foram vítimas de assédio sexual e de tortura durante os interrogatórios, de acordo com sua família e grupos de defesa dos direitos humanos. As acusações foram rejeitadas pelo governo saudita. Ela foi detida mais de 70 dias em 2014 ao tentar dirigir um carro que partia dos Emirados Árabes Unidos em direção à Arábia Saudita.
A repressão contra as feministas gerou várias críticas em relação ao país, que teve a imagem bastante prejudicada desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em outubro, no consultado saudita em Istambul. No dia 7 de março, 36 países condenaram na ONU a morte do jornalista saudita e pediram para que Riad realizasse uma investigação “rápida e aprofundada”, que permitirá julgar os responsáveis.
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