Por terrorismo, metade dos franceses é favorável a um governo militar, aponta pesquisa

Uma pesquisa do instituto Odoxa, divulgada nesta quarta-feira (27) pelo site da revista Le Point, aponta que, diante do risco de terrorismo, um a cada dois franceses apoia a ideia de nomear, temporariamente, um militar para governar o país. As opiniões variam conforme o posicionamento político dos entrevistados.
Segundo a sondagem, em caso de novos atentados, 55% dos franceses são favoráveis a medidas de exceção "para garantir melhor a segurança dos cidadãos prontos a limitar sua liberdade". Do lado contrário, 44% se opõem a esse tipo de medida.
Os resultados da pesquisa, classificados como "surpreendentes" por Le Point, ouviu 1.002 pessoas representantes da população adulta da França. O levantamento foi encomendado pela editora JC Lattès, que recentemente publicou o romance "Artigo 36", do jornalista Henri Vernet. Na obra, o autor imaginou como seria a França caso os militares tomassem o poder.
"Essa é uma forte tendência que vemos nas democracias ocidentais", afirma Le Point. A ideia também não é novidade na França: em outubro do ano passado, uma pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) já mostrava que 41% da população seria favorável a "um poder político autoritário" para reformar o país.
A sondagem do instituto Odoxa também mostra que seis a cada dez franceses acreditam que o país está "em guerra" contra o terrorismo. Para a maioria dos entrevistados (54%), o exército é a instituição mais confiável na luta contra os atentados, diante da polícia (20%), da justiça (20%), da Europa (8%) ou do governo nacional (7%).
Posicionamento político influenciou resultados da pesquisa
O levantamento também mostra que as opiniões variam conforme o posicionamento político dos entrevistados. Entre os simpatizantes do partido de centro República em Marcha, do presidente Emmanuel Macron, apenas 25% consideram válida a hipótese de ter um governo militar em caso de novos ataques terroristas, seguidos pelos simpatizantes do partido de direita Os Republicanos (58%).
Sem surpresa, os que mais apoiam a ideia (71%) são os eleitores do partido de extrema direita Agrupamento Nacional, liderado por Marine Le Pen. Já os que mais se opõem a medidas de exceção para combater o terrorismo, estão os simpatizantes do partido da esquerda radical França Insubmissa (67%), seguidos pelos eleitores que se identificam com o Partido Socialista (57%).
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