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UE registra maior taxa de participação em eleições europeias em 20 anos

26/05/2019 18h10

A participação nas eleições para o Parlamento Europeu neste domingo (26) registrou sua maior taxa em 20 anos, segundo o porta-voz da instituição, Jaume Duch, que leva em conta todos os países do bloco, exceto o Reino Unido. Os resultados provisórios, baseados em estimativas, foram diversos: na Alemanha, os ecologistas dobraram em popularidade, enquanto os conservadores dominaram entre os eleitores gregos.

"O número estimado de participação se aproxima agora de 51% para a UE, a mais alta em 20 anos", assegurou Jaume Duch. As eleições registraram em 2014 sua pior taxa, com 42,6%. Desde as primeiras votações em 1979, quando a participação foi de 62%, a afluência caiu progressivamente e, em 1999, passou para abaixo do patamar de 50%.

Na França, o partido de extrema direita Agrupamento Nacional (RN, ex-Frente Nacional), de Marine le Pen, ficou com 23,2% dos votos, segundo as previsões, enquanto a lista da qual faz parte A República em Marcha (LREM), do presidente francês Emmanuel Macron, terminou em segundo, com 22,4%.

Na Alemanha, a maioria ficou para o partido União Democrática-Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, com 28% dos votos, apesar de uma queda de oito pontos em comparação com os resultados de 2014. Os Verdes, por outro lado, dobraram em popularidade, ficando em segundo lugar com 22%.

Já os Social-Democratas do SPD perderam 12 pontos, terminando com 15,5% dos votos. O partido de extrema direita e anti-imigração, Alternativa para a Alemanha (AfD), ganhou 3,5 pontos, conquistando 10,5% do eleitorado.

Na Áustria, o partido conservador do chanceler Sebastian Kurz, OVP, ficou na liderança, com 34,5%, registrando um aumento de 7,5 pontos em relação a 2014. Seus antigos parceiros de coalizão, FPO, retrocederam dois pontos, terminando a corrida com 17,5%.

Na Hungria, país que vem vivendo conflitos com as instituições europeias, o partido Fidesz, do primeiro-ministro ultranacionalista Viktor Orban, teve 56% dos votos. Na Grécia, os conservadores da Nova Democracia terminaram na liderança, com 33,5%, batendo o Syriza, que ficou com 25%.

O partido conservador e no poder na Polônia conseguiu a vitória nas eleições europeias frente a uma aliança de partidos da oposição. O Direito e Justiça (PiS) obteve o apoio de 42,2% dos eleitores, ficando com 24 dos assentos no parlamento europeu, à frente da Coalizão europeia (39,1% e 22 assentos).

427 milhões de eleitores

A Eurocâmara estima em 427 milhões o número de cidadãos em idade de participar da votação, o que faz desse pleito o segundo com mais eleitores no mundo, atrás apenas das legislativas na Índia. Na maioria dos 28 países europeus, a idade mínima para exercer o direito ao voto é 18 anos. Os gregos podem votar a partir dos 17, e austríacos e malteses, com 16 anos.

Em 2014, as eleições europeias registraram seu pior índice de participação, chegando a 42,6%. Desde as primeiras eleições, em 1979, quando pelo menos 62% dos eleitores foram às urnas, a abstenção aumentou progressivamente. Em 1999, a participação ficou abaixo de 50%.

Em 2015, Bélgica (89,7%) e Luxemburgo (85,6%) registraram a maior taxa de participação. O voto é obrigatório em ambos os países, assim como na Bulgária, no Chipre e na Grécia. Três países da antiga esfera de influência soviética - Eslováquia (13,1%), República Tcheca (18,2%) e Polônia (23,8%) - registraram o índice mais baixo de comparecimento.

751 cadeiras

Os cidadãos vão eleger um total de 751 representantes para o Parlamento Europeu, distribuídos segundo o número de habitantes em cada país: dos 96, da Alemanha, até seis, de Luxemburgo.

Quando o Reino Unido deixar a UE, o Parlamento contará com apenas 705 cadeiras, já que uma parte dos britânicos será suprimida, e outra, distribuída entre outros países. França e Espanha ganharão mais cinco assentos. Apesar da incerteza sobre a data de saída dos britânicos, os países que ganharem cadeiras com o Brexit devem prever a eleição desses eurodeputados adicionais. Eles assumirão o cargo apenas após a retirada dos britânicos.