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Trump não descarta retaliação depois de ataque de drone a refinarias sauditas

16/09/2019 06h45

O presidente americano, Donald Trump, disse neste domingo (15) que os Estados Unidos estão preparados para responder ao ataque contra infraestruturas petroleiras na Arábia Saudita. Washington atribuiu a ofensiva ao Irã, enquanto Riad tenta retomar as operações das plantas danificadas no ataque com drones.

É a primeira vez que o presidente reage ao ataque de sábado (14), que obrigou o reino a reduzir sua produção de petróleo pela metade. "O fornecimento de petróleo da Arábia Saudita foi atacado. Há motivos para acreditar que conhecemos o culpado", escreveu Trump em sua conta no Twitter. Ele acrescentou que os Estados Unidos estão prontos para atacar, "dependendo da verificação", pois esperam conhecer a versão saudita para determinar como proceder.

Em uma conversa por telefone entre Donald Trump e o príncipe herdeiro saudita,Mohamed Bin Salman, a Casa Branca condenou os ataques a "infraestruturas vitais para economia mundial". Mas a Casa Branca informou que Trump continua sem descartar a possibilidade de um encontro com Rohani, apesar das acusações formuladas contra Teerã.

Os rebeldes xiitas hutis do Iêmen, apoiados pelo Irã, e que enfrentam há cinco anos uma coalizão militar liderada por Riad, reivindicaram os ataques contra instalações ao gigante petrolífero estatal saudita Aramco. As explosões de sábado provocaram incêndios na planta de Abqaiq, a maior do mundo, dedicada ao refino de petróleo, e em Jurais, onde há um grande campo petrolífero.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou diretamente Teerã, afirmando que não há provas de que o ataque tenha sido organizado pelo Iêmen, e acrescentou que Washington "trabalhará" com seus parceiros para garantir o abastecimento do mercado. Ele também pediu "que o Irã preste contas de sua agressão".

Trump autoriza uso de reservas

O porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Abbas Mussavi, assegurou neste domingo (15) que estas acusações são "insensatas" e "incompreensíveis" e que só buscam justificar "futuras ações" contra o Irã. Diante da redução da produção saudita, Trump autorizou o uso de petróleo das reservas estratégicas dos Estados Unidos. O príncipe-herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, cujo país é o grande rival regional do Irã, assegurou que Riad "quer e pode" responder a esta "agressão terrorista."

A bolsa de Riad abriu a sessão de segunda-feira (16) em queda de 3%, antes de recuperar parte das perdas. O príncipe Abdulaziz bin Salman, recentemente nomeado ministro da Energia, afirmou, por sua vez, que a redução seria compensada com as reservas.

À margem de uma reunião na Arábia Saudita, os ministros das Relações Exteriores dos países da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) condenaram neste domingoo ataque e expressaram sua solidariedade ao governo saudita. Riad gastou bilhões de dólares em equipamento militar, mas para os especialistas, os ataques confirmam a vulnerabilidade das instalações petroleiras no Golfo. Os poços de petróleo do reino estão dispersos e são de difícil acesso, mas suas refinarias estão muito mais expostas.