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Milhares saem às ruas na Europa em protesto contra ofensiva turca na Síria

12/10/2019 16h02

Milhares de pessoas foram às ruas de cidades europeias, neste sábado (12), para manifestar seu apoio aos curdos da Síria. Eles protestam contra a ofensiva da Turquia, lançada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan.

Mais de 20.000pessoas, segundo os organizadores, reuniram-se na Praça da República de Paris, a pedido do Conselho Democrático Curdo na França (CDKF). Manifestantes também protestaram diante da Torre Eiffel. "A Turquia tenta realizar uma limpeza étnica e fortalecer o jihadismo", declarou o porta-voz do CDKF, Agit Polat.

Baker El Kurdo, curdo sírio que se manifestava em Paris, ressaltou as possíveis consequências da ofensiva de Ancara. "No noroeste da Síria, minha região, há 10 mil membros do grupo Estado Islâmico detidos. O exército turco bombardeou prisões nessa zona. As forças curdas não poderão enfrentar a ofensiva na fronteira e, ao mesmo tempo, vigiar os jihadistas", alerta, temendo que os radicais islâmicos escapem e lancem operações na região e na Europa. 

Em Marselha, sudeste da França, milhares de curdos - 6.000, de acordo com manifestantes, e 1.500, segundo a polícia - também foram às ruas. Já em Lille, no norte do país, cerca de 150 pessoas se manifestaram.

Na Alemanha, as manifestações reuniram "milhares de pessoas" em várias cidades, segundo a agência de notícias DPA, que registrou mais de 10.000 protesto em Colônia, e cerca de 4.000, em Frankfurt. Atos também foram registrados em Chipre, Atenas, Varsóvia, Zurique e Bruxelas.

Em Haia, centenas de cidadãos curdos holandeses se reuniram no centro da capital antes de desfilar pelas ruas. A polícia teve de intervir para separar vários holandeses de origem turca dos manifestantes curdos.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), pelo menos 74 combatentes curdos e 30 civis morreram do lado sírio desde o início da ofensiva, há quatro dias. Do lado turco, quatro soldados e 18 civis morreram vítimas de foguetes lançados por forças curdas em cidades na fronteira entre os dois países.