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Orgia de prefeito em iate foi gota d'água para derrota de partido de Orban na Hungria

Zsolt Borkai, prefeito da cidade de Györ (Hungria), em imagem ao lado de prostitutas - Reprodução
Zsolt Borkai, prefeito da cidade de Györ (Hungria), em imagem ao lado de prostitutas Imagem: Reprodução

18/10/2019 12h10

O prefeito da cidade de Györ, Zsolt Borkai, membro do partido do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, envolveu-se em um escândalo que contribuiu para o mau desempenho do Fidesz, a legenda ultraconservadora do premiê, nas eleições municipais ocorridas no último domingo (13).

O prefeito de Györ, Zsolt Borkai, foi acusado pelos seus correligionários do Fidesz de ser o responsável pelo sucesso dos candidatos liberais de esquerda em várias cidades, incluindo Budapeste, que agora está nas mãos do Partido do Diálogo para a Hungria.

Bonkaï, o ex-presidente do comitê olímpico húngaro, ex-ginasta de 54 anos, se viu envolvido em um escândalo sem precedentes. No dia 4 de outubro, dez dias antes do pleito, um vídeo publicado em um blog mostra o prefeito húngaro no meio de uma orgia em um iate, na costa croata. Sem filtro, as imagens mostram o ex-ginasta tendo relações sexuais com um grupo de prostitutas, cercado de garrafas de álcool e de cocaína. O caso foi divulgado pelo jornal francês Le Monde.

Para o partido ultraconservador Fidesz, que fez da defesa dos valores cristãos sua plataforma de campanha, as imagens são chocantes. Principalmente porque o blogueiro que as divulgou, que se autointitula "Advogado do Diabo" e que, aparentemente, participou da orgia, afirma que a festa foi paga com recursos públicos.

Partido de Orban abafou o caso

O partido de Orban abafou o caso usando a estratégia habitual: proibindo sua divulgação nos canais de TV e jornais controlados pelo governo. Em resposta, o prefeito de Györ publicou uma mensagem subliminar no Facebook acompanhada de uma foto de família: "Vamos aguentar firme, na alegria e na tristeza."

Em vídeo, Borkaï explica que algumas imagens foram "manipuladas" e outras "são bem reais." Ele diz não ter orgulho delas e pede desculpas à sua família, afirmando não ter utilizado dinheiro público para financiar sua viagem de barco. Dentro de seu partido, entretanto, muitos representantes pediram seu desligamento, o que acabou acontecendo, Apesar disso, Zsolt Borkaï sobreviveu ao escândalo e foi reeleito com 44,3% dos votos.