Retomada de atividade nuclear no Irã deixa europeus em estado de alerta
Os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido se mostraram "extremamente preocupados" após o Irã ter anunciado a retomada de suas atividades nucleares. Em um comunicado comum, que contou ainda com a assinatura de representantes da União Europeia, eles pediram que o regime iraniano respeite os acordos internacionais.
Os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido se mostraram "extremamente preocupados" após o Irã ter anunciado a retomada de suas atividades nucleares. Em um comunicado comum, que contou ainda com a assinatura de representantes da União Europeia, eles pediram que o regime iraniano respeite os acordos internacionais.
Os signatários do comunicado divulgado nesta segunda-feira (11) lembraram que "a ação do Irã é contrária às disposições claras do JCPoA sobre Fordo e terá consequências potencialmente graves em termos de proliferação". Segundo eles, a postura de Teerã "representa uma aceleração lamentável do desengajamento do Irã com relação às suas obrigações no JCPoA".
JCPoA é a sigla usada para definir o acordo assinado em 2015 em Viena por Teerã e as potências internacionais. No compromisso, o governo iraniano se engaja a interromper suas operações nucleares em troca da retirada de sanções econômicas impostas por países ocidentais.
"Nós pedimos ao Irã para abandonar todas as medidas contrárias ao JCPoA, inclusive o fato de ultrapassar o estoque máximo de urânio pouco enriquecido autorizado ou de ultrapassar as taxas de enriquecimento autorizado", insistem os ministros. "É essencial que o Irã respeite seus engajamentos (...) para permitir a diminuição das tensões", martelou o grupo.
As autoridades de Teerã informaram no sábado (9) que o país está enriquecendo urânio a 5% e que teria a capacidade de chegar aos 60%. A declaração foi feita poucos dias após Teerã ter anunciado a retomada de suas atividades nucleares na usina subterrânea de Fordo, citada no comunicado assinado pelos europeus.
Decisão de Trump provocou a reação iraniana
Desde maio, Teerã vem se desengajando do acordo assinado com os europeus, Estados Unidos, Rússia e China. Segundo o texto, a República Islâmica se comprometia a não desenvolver armas nucleares e havia aceitado reduzir drasticamente suas atividades nucleares em troca da suspensão de parte das sanções econômicas que asfixiam sua economia.
Mas as tensões retomaram após o presidente norte-americano Donald Trump ter se retirado unilateralmente do acordo, em maio de 2018. Washington impôs novamente medidas financeiras contra o Irã, sufocando o país.
Ao reduzir seus engajamentos, Teerã espera pressionar os demais países para que o ajudem a evitar as sanções impostas pelos Estados Unidos.
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