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EUA e China teriam concluído "acordo de princípio" sobre comércio

12/12/2019 19h51

Os Estados Unidos e a China teriam concluído um "acordo de princípio" nesta quinta-feira (12) sobre o comércio entre os dois países, segundo fontes concordantes ouvidas pela imprensa americana.

Os negociadores americanos teriam proposto aos chineses uma redução de até 50% nas tarifas aduaneiras em vigor sobre US$ 375 bilhões de produtos importados e o adiamento de uma nova leva de sobretaxas previstas para entrar em vigor no dia 15 de dezembro, sobre um montante de US$ 160 bilhões de produtos chineses destinados ao mercado americano.

Na tarde desta quinta, Donald Trump tuitou: "Estamos MUITO perto de um GRANDE ACORDO com a China. Eles querem isso, e nós também!", escreveu o presidente republicano, provocando a rápida recuperação da Bolsa de Valores de Nova York, que havia aberto em baixa.

Com a campanha para a reeleição em 2020 ganhando força, Trump tende a tomar a iniciativa política para mostrar a seus eleitores que sua agressiva postura frente à China gera resultados. No momento, porém, não está muito claro o que Washington conseguirá, se reduzir a pressão tarifária sobre a China

Os Estados Unidos querem, basicamente, que a China abra seu enorme mercado para mais bens. Reivindicam ainda que os chineses reformem, rapidamente, práticas econômicas e comerciais vistas, por Washington, como um abuso sistemático contra os investidores estrangeiros. Recentemente, funcionários da Casa Branca admitiram que talvez fosse possível se chegar a um acordo menos ambicioso, uma espécie de "fase um". Esta etapa se concentraria no aumento das importações chinesas da produção agrícola americana.

O Ministério do Comércio chinês afirmou nesta quinta-feira que os negociadores dos dois países mantêm uma "comunicação estreita", sem dar mais detalhes.

Meses de tensão

As tensões entre os dois países já duram 19 meses, período no qual Washington e Pequim impuseram tarifas adicionais a centenas de bilhões de dólares no comércio bilateral anual.

O possível anúncio de um acordo comercial com Pequim nos próximos dias permitiria ao presidente republicano se gabar de suas habilidades de negociação, antes da acusação na Câmara dos Representantes pelo caso da Ucrânia, prevista para a próxima semana.

A Casa Branca também não especificou o que significa o "grande acordo", ao qual o presidente americano se referiu. A meta principal de Trump em sua disputa com a China é pôr fim às "práticas desleais" de Pequim. De acordo com o governo americano, esta política inclui subsídios em massa, intervencionismo estatal, transferência obrigatória de tecnologia e roubo de propriedade intelectual.

Anunciado como iminente há várias semanas pelo governo de Donald Trump, o acordo demora a se concretizar, com idas e vindas dos dois lados.