Argélia: manifestantes saem às ruas depois de eleição de Abdelmadjid Tebboune
O candidato Abdelmadjid Tebboune, ex-chefe de governo do presidente Abdelaziz Buteflika, foi eleito presidente da Argélia no primeiro turno das eleições realizadas na última quinta-feira (12). A informação foi anunciada pelas autoridades nesta sexta-feira (13) e já gera violentas manifestações nas ruas.
O ex-premiê Tebboune, 74 anos, recebeu 58,15% dos votos, segundo o presidente da Autoridade Nacional de Eleições, Mohamed Charfi. A taxa de participação foi de 39,83%. Uma maré humana tomou conta do centro de Algel nesta sexta-feira (13) para protestar. "As eleições foram manipuladas. Seu presidente não vai nos governar", gritavam em coro os manifestantes, na 43ª sexta-feira de contestação, desde o dia 22 de fevereiro.
Abstenção recorde
As eleições foram marcadas por uma abstenção recorde e as maiores manifestações desde a independência da Argélia, em 1962. Os argelinos que exigem uma renovação total das estruturas políticas. O ex-primeiro ministro de Bouteflika venceu o islamita Abdelkader Bengrina, Ali Benflis, Azzedine Mihoubi e Abdelaziz Belaïd que tiveram 17,38%, 10,55%, 7,26% e 6,66% dos votos. Todos são próximos ou aliados do ex-presidente e criticados pelos manifestantes. Dois dos candidatos foram seus primeiros-ministros e outros dois ministros
A vitória de Tebounne foi comemorada pelos seus partidários na sede do partido em Alger. Os resultados definitivos serão publicados entre 16 e 25 de dezembro, depois das análises dos recursos. Analistas já destacam a ausência de legitimidade do futuro presidente, que sucederá oficialmente o chefe de Estado interino, Abdelkader Bensalah.
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