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Greve na França: mobilização continua e governo receberá sindicatos

13/12/2019 05h42

A França continua paralisada no nono dia da greve dos transportes públicos, com nove linhas de metrô totalmente bloqueadas e apenas 50% dos ônibus circulando normalmente. Antes das 8h da manhã desta sexta-feira (13), 316 quilômetros de engarrafamentos foram registrados na região parisiense.

Na tentativa de apaziguar os ânimos contra a reforma da Previdência, o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, deve receber na próxima semana os representantes dos principais sindicatos para discutir o texto apresentado na última quarta-feira (11). O premiê propôs um ciclo de "reuniões e discussões" com organizações sindicais e patronais, na tentativa de sair do impasse.

A paralisação pode continuar no Natal, o que representa um prejuízo ainda difícil de avaliar para a economia francesa. A ameaça dos sindicatos de manter a greve no Natal irritou a ministra da Transição Energética, Elisabeth Borne. Para ela, essa declaração é "irresponsável", e não é o que se pode esperar de sindicalistas que "pretendem defender o serviço público."

Premiê diz estar aberto ao diálogo

"Minha porta está aberta", disse primeiro-ministro francês nesta quinta-feira (12), se dirigindo a Laurent Berger, representante da central sindical CFDT, próxima do patronato. O sindicato se uniu à mobilização depois de o governo incluir no texto a chamada "idade de equilíbrio orçamentário," de 64 anos, o que significa que se a pessoa se aposentar aos 62 anos, idade mínima legal, haverá uma diminuição de 5% da pensão. "Estou pronto para discutir. Obviamente vou discutir", declarou Berger.

Segundo o primeiro-ministro, a discussão com os sindicatos visa "melhorar o projeto apresentado pelo governo." Uma série de temas serão discutidos, declarou, como o acompanhamento da transição para o novo sistema único, que acaba com 42 regimes especiais de funcionários de empresas públicas.

Nesta sexta-feira (13), o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, receberá os representantes dos sindicatos dos professores. Ele também participará, ao lado do primeiro-ministro francês, de um debate sobre a reforma da Previdência com a categoria.