Topo

Trump revela plano de paz para Oriente Médio e fala de "última chance" para palestinos

28/01/2020 16h22

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (28) seu tão esperado plano visando resolver o conflito entre israelenses e palestinos. O chefe da Casa Branca avisou que o projeto, que concede soberania a Israel sobre o Vale do Jordão, pode representar a última chance para os palestinos alcançarem um Estado independente.

"Hoje Israel dá um grande passo em direção à paz", disse Trump na Casa Branca, ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. "Minha visão apresenta uma oportunidade interessante para ambas as partes, uma solução realista de dois Estados, que resolve o risco do Estado palestino para a segurança de Israel", disse Trump ao revelar em detalhes uma proposta de 80 páginas.

O plano foi bem recebido pelo primeiro-ministro israelense, que considerou o lançamento da iniciativa um "dia histórico" para o Estado judeu. O projeto já havia sido rejeitado pelos palestinos antes mesmo de sua divulgação oficial.

Trump disse que seu plano prevê um congelamento de quatro anos no desenvolvimento de Israel na área destinada a um futuro Estado palestino. Por outro lado, o líder americano indicou que "Jerusalém continuará sendo a capital indivisível de Israel", embora também tenha dito que seu plano fornece aos palestinos uma capital na Jerusalém Oriental ocupada, garantindo que a Cisjordânia não seria reduzida pela metade.

"Também trabalharemos para criar um território contíguo dentro do futuro Estado palestino, para quando as condições forem cumpridas para que seja um Estado, incluindo a firme rejeição ao terrorismo", declarou Trump, que pediu aos palestinos que deem as costas ao movimento radical do Hamas.

Última chance?

Chamando sua proposta de "oportunidade histórica" para os palestinos terem um Estado independente, Trump disse que escreveu para o presidente palestino Mahmoud Abbas nesta terça-feira a fim de explicar o plano e obter seu apoio. Nenhuma autoridade palestina esteve presente no lançamento da iniciativa na Casa Branca, embora houvesse embaixadores de três nações árabes: Omã, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

"Expliquei a (Abbas) que o território designado para seu novo Estado permanecerá aberto e não será desenvolvido por um período de quatro anos", disse Trump. "Esta pode ser a última chance que eles terão", martelou, lembrando que "os palestinos estão na pobreza e na violência, explorados por aqueles que procuram usá-los como peões para promover o terrorismo e o extremismo. Eles merecem uma vida muito melhor".

Por sua vez, Netanyahu comemorou que os Estados Unidos reconhecerão os assentamentos judaicos nos territórios palestinos como parte de Israel e que, de acordo com o plano, concederá soberania a Israel sobre o Vale do Jordão.

Em uma entrevista coletiva em Washington, o primeiro-ministro israelense também disse que os refugiados palestinos não terão o direito de retornar a Israel, dizendo que está disposto a entrar em acordo com os palestinos "sobre um caminho para um futuro Estado", embora tenha imposto como condição o reconhecimento do "Estado judeu".

(Com informações da AFP)