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França anuncia primeira morte de cidadão francês pelo coronavírus

26/02/2020 07h51

A França anunciou nessa quarta-feira (26) a morte do primeiro cidadão francês contaminado pelo novo coronavírus. O comunicado foi feito pelo Ministério da Saúde do país, indicando que a vítima é um homem de 60 anos.

Segundo anunciou o diretor de Saúde do Ministério, Jérôme Salomon, em coletiva com a imprensa, a vítima chegou durante a noite no hospital Pitié Salpêtrière, em Paris, em estado gravíssimo. Ele também afirmou que uma investigação sobre o lugar onde o paciente pode ter sido infectado e a sobre as pessoas próximas a ele, foi lançada. Salomon afirmou que todos os detalhes da investigação seriam apresentados pelo ministro da pasta, Olivier Véran, em uma coletiva na noite de hoje.

Até agora, 17 pessoas foram contaminadas pelo Covid19 na França, 5 nesta semana. Outra vítima em território francês foi um turista chinês, que faleceu dia 14 de fevereiro.

Outro francês de 55 anos está atualmente hospitalizado em Amians, no norte da França, "em cuidados intensivos", segundo Salomon. Outro caso revelado na manhã desta quarta-feira, é o de um homem de 36 anos, internado em um hospital em Estrasburgo, no nordeste do país, mas "não apresenta sinais de gravidade". De acordo com o diretor de Saúde, o paciente visitou a Lombardia, uma das regiões italianas foco da doença na Europa.

Na terça-feira, forma anunciados os casos de uma chinesa, que voltou da China no começo de fevereiro, hospitalizada em Paris e um homem de 60 anos, que costuma viajar para a região da Lombardia. Os dois pacientes não apresentam sinais de gravidade.

Crianças de uma escola pública de Courbevoie, próximo a Paris, que voltaram de uma viagem na Lombardia, apresentaram sintomas da doença e foram testados, mas os resultados são negativos.

Epidemia no mundo

A Itália confirmou sua décima-primeira morte pelo coronavírus. No país que é o mais afetado pela doença na Europa, mais de 300 pessoas foram contaminadas. Além da Lombardia e do Vêneto, outras regiões confirmaram casos da doença: Toscana, no Norte, e a ilha da Sicília, no Sul.

A doença se espalha pela Europa, com casos confirmados na Suíça, Áustria, Croácia e dois novos casos na Alemanha e na França. Por enquanto, a possibilidade de fechamento das fronteiras, apesar de defendida por alguns políticos de direita, não é cogitada na Europa. Para as autoridades, a medida seria ineficaz.

No mundo, o contágio se espalha. Já são mais de mil casos e 11 mortos na Coreia do Sul. A Argélia, na África do Norte, também confirmou um caso da doença.

Já na China, as vítimas diminuem. As autoridades indicaram para 52 mortos nesta manhã, contra 71 na véspera. Os números mais baixos das últimas três semanas. A epidemia preocupa a Organização Mundial da Saúde, que faz um apelo para que os países se preparem para uma pandemia e adverte que o mundo "não está pronto" para enfrentar a doença.

Epidemia e futebol

Em meio ao avanço da epidemia na Europa, políticos franceses criticaram nesta quarta-feira a autorização, dada pelo governo da França, a torcedores da Juventus para assistirem ao jogo contra o Olympique Lyonnais, em Lyon, no Sudeste da França. Aproximadamente 3.000 pessoas, vindas de toda a Itália, são esperadas para a partida de oitava de finais da Liga dos Campeões.  

 

Marine Le Pen, do partido de extrema-direita Frente Nacional, disse em entrevista à Radio France Inter, que não acha sensato acolher os torcedores e que esta é uma nova "incoerência do governo". Ségole Royale, do Partido Socialista, também criticou a decisão do governo, e considerou como incompreensível.