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Continente africano começa a se confinar para enfrentar a pandemia de coronavírus

29/03/2020 16h25

Vários países africanos vêm anunciando medidas de isolamento para tentar conter a propagação do Covid-19. Neste domingo (29) a Nigéria, nação mais populosa do continente, ordenou o confinamento total da população da capital federal Abuja e da cidade de Lagos, megalópole de 20 milhões de habitantes.

"Eu ordeno o encerramento de todos os movimentos em Lagos e Abuja por um período inicial de 14 dias, que entrará em vigor na segunda-feira, 30 de março, a partir das 23h", disse o presidente nigeriano Muhammadu Buhari em um discurso na televisão.

A Nigéria, país de cerca de 200 milhões de habitantes, conta oficialmente com 97 casos de conronavírus confirmados, principalmente em Abuja e Lagos. Uma vítima fatal foi registrada até agora no território nigeriano.

O decisão de confinar a população vem na esteira das medidas preventivas anunciadas em outros vizinhos do continente. Na Costa do Marfim, a partir desta segunda-feira (30) Abidjã, principal centro urbano do país, terá a circulação de pessoas proibida para evitar a contaminação.

Benin alerta que não tem "os meios dos países ricos"

Já as autoridades do Benin afirmaram que o país não tem condições de impor um isolamento. Em um pronunciamento neste domingo, o presidente Patrice Talon disse que "não tem os meios dos países ricos". No entanto, oito grandes zonas urbanas, entre elas a que engloba a capital econômica Cotonou, serão cercadas por um cordão sanitário. A partir de segunda-feira, os transportes comuns serão suspensos nessas regiões.

Os moradores do Zimbabué entrarão em regime de confinamento a partir do início desta semana. A medida havia sido decretada na sexta-feira (27) pelo presidente Emmerson Mnangagwa.

Entro outros grandes países, no Egito vários vilarejos foram colocados em quarentena, enquanto na África do Sul o confinamento foi anunciado há uma semana.

Atualmente, 46 países africanos foram atingidos pela pandemia. Segundo um balanço divulgado neste domingo, mais de 4 mil pessoas foram contaminadas e pelo menos 134 morreram na África. Mas as autoridades temem que os números sejam muito maiores em função da falta de infraestrutura em várias regiões do continente, onde grande parte da população, principalmente a África subsaariana, vive com menos de US$ 2 por dia e depende da economia informal para viver.