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Coronavírus pode ser transmitido pelo simples ato de respirar ou falar, dizem cientistas americanos

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03/04/2020 13h59

Ao que tudo indica, o simples ato de respirar ou falar pode propagar o novo coronavírus. É o que declarou um alto responsável científico do governo americano nesta sexta-feira (3), em um momento em que a Casa Branca se prepara para recomendar o uso de máscaras a toda a população.

Ao que tudo indica, o simples ato de respirar ou falar pode propagar o novo coronavírus. É o que declarou um alto responsável científico do governo americano nesta sexta-feira (3), em um momento em que a Casa Branca se prepara para recomendar o uso de máscaras a toda a população.

A transmissão da Covid-19 pelas vias aéreas pode ser a explicação procurada durante os últimos meses para compreender a alta capacidade de contágio do vírus, já que pessoas assintomáticas seriam responsáveis por grande parte da propagação da doença.

O diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, Anthony Fauci - conselheiro do presidente americano, Donald Trump, sobre a epidemia - afirmou nesta sexta-feira ao canal de televisão Fox News que "o vírus, na verdade, pode ser transmitido quando as pessoas estão apenas falando, além de quando tossem e espirram".

A afirmação de Fauci é baseada em resultados de pesquisas científicas realizadas nos Estados Unidos que consideram que a Covid-19 também é propagada quando o ar é expirado pelas pessoas.

"Os atuais trabalhos de pesquisa defendem a possibilidade de que a SARS-CoV-2 possa ser transmitida pelos bioaerosóis gerados diretamente pela expiração", escreve o presidente do comitê sobre as doenças infecciosas emergentes, Harvey Fineberg, em uma carta em nome de acadêmicos e cientistas americanos.

O especialista cita quatro estudos e sublinha que outras pesquisas seriam necessárias para a compreender o verdadeiro risco de contaminação da Covid-19. Se o vírus está efetivamente presente na respiração, ignora-se, até o momento, que essa poderia ser uma via importante de transmissão.

O que dizem as pesquisas sobre o assunto

Em um estudo, pesquisadores da Universidade do Nebraska encontraram amostras do código genético (RNA) do coronavírus onde pacientes estavam isolados. Eles lembram que detectar essas partículas não é equivalente a encontrar o vírus inteiro.

Além disso, pesquisadores da Universidade de Hong Kong observaram recentemente que a utilização de máscaras reduziria a quantidade de vírus expelida pelos doentes, embora o teste tenha sido realizado com outros vírus e não com o SARS-CoV-2.

Já pesquisadores chineses colheram, em Wuhan, epicentro da pandemia, amostras do coronavírus no ar em diversos hospitais da cidade. Eles descobriram, por exemplo, concentrações elevadas da Covid-19 nos banheiros e salas onde os profissionais da saúde retiravam seus equipamentos de proteção.

Diante dessas novas evidências, autoridades sanitárias americanas se preparam para anunciar a utilização de máscaras em uma escala nacional.

"Não acredito que será obrigatório", afirmou Trump na quinta-feira (2). Em Nova York, o prefeito Bill de Blasio já pediu que os moradores cubram os rostos ao saírem nas ruas.

(Com informações da AFP)