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Organização Panamericana de Saúde prevê importante crescimento de casos de Covid-19 na América Latina

28/04/2020 17h02

A América Latina está como a "Europa há seis semanas" em relação ao avanço da Covid-19, portanto, espera-se um importante crescimento do número de casos da doença nas próximas semanas. O alerta foi feito nesta terça-feira (28) pelo vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o epidemiologista pernambucano Jarbas Barbosa.

Atualmente, a América Latina registra cerca de 8.900 mortes e mais de 176 mil casos confirmados do novo coronavírus. Mas esse número pode aumentar no mesmo ritmo da Europa, avalia a Opas, braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Por isso é importante que os Ministérios da Saúde dos governos deem continuidade às medidas de distanciamento sem baixar a guarda", acrescentou Barbosa.

O Brasil continua sendo a nação mais afetada pela doença na América Latina, com 4.674 mortes e mais de 68 mil casos confirmados, segundo dados da Universidade John Hopkins. Segundo a Opas, o país está entre os que mais registraram contaminações, atrás somente dos Estados Unidos.  

"À medida em que aumentam os testes, os países começam a atualizar seus números para confirmar o que esperávamos há muito tempo: a carga de Covid-19 em nossa região é maior do que as autoridades de saúde puderam informar nas semanas anteriores", afirma a diretora da organização, Carissa F. Etienne.

Apelo por vacinação

Em um momento em que a campanha de vacinação foi interrompida em muitos países devido à Covid-19, Etienne fez um apelo contra o atraso dessas medidas. "Devemos vacinar para proteger os funcionários da saúde, os idosos e as populações vulneráveis de outras infecções respiratórias, como a gripe, que pode levar a mais internações", acrescentou. 

Em relação à chegada do inverno no Hemisfério Sul e seu impacto sobre o avanço da epidemia, Jarbas Barbosa afirmou que o coronavírus pode "produzir grandes surtos em qualquer país, a qualquer temperatura". O médico pernambucano esclareceu, no entanto, que "durante o período de inverno há uma transmissão mais forte dos vírus respiratórios" e isso pode acelerar a transmissão do coronavírus.

(Com informações da AFP)