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Assembleia da OMS é marcada por ameaças de Trump de cortar permanentemente contribuição dos EUA

19/05/2020 07h34

O segundo e último dia de assembleia anual da Organização Mundial da Saúde (OMS) começa tenso nesta terça-feira (19). O presidente americano, Donald Trump, ameaçou interromper de vez a contribuição dos Estados Unidos à agência de saúde e até retirar o país da organização, caso a instituição não se comprometa a fazer "melhorias significativas", nos próximos 30 dias.

Desde o início da crise gerada pela Covid-19, a OMS vem recebendo muitas críticas, principalmente dos Estados Unidos, a respeito de como está conduzindo o enfrentamento à pandemia. Responsável por 15% do orçamento da instituição, Washington já havia interrompido sua contribuição à organização de forma temporária.

Na segunda-feira (18), o presidente americano, Donald Trump, voltou a atacar a OMS com uma carta enviada ao diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. O documento também foi publicado pelo líder republicano nas redes sociais.

No primeiro dia da assembleia, os Estados Unidos criticaram fortemente o "fracasso" da OMS no combate à pandemia. Trump ataca a entidade por ter acreditado nas garantias dadas pela China e disse que ela "falhou em seu dever básico e deve ser responsabilizada".

A China, por sua vez, se defende. Ontem, em uma mensagem de vídeo, o presidente chinês, Xi Jinping, disse que o país agiu "desde o início com transparência e responsabilidade". Para diminuir as críticas e equilibrar o orçamento da OMS, prometeu repassar US$ 2 bilhões nos próximos dois anos à instituição.

Os Estados Unidos têm mais de 1,5 milhão dos quase 5 milhões de casos confirmados no mundo até agora e mais de 90 mil mortes. É o primeiro da lista dos países mais afetados pela pandemia do coronavírus.

Assembleia virtual em tempos de Covid-19

A assembleia geral da OMS é realizada uma vez por ano em Genebra, mas desta vez ocorre de maneira virtual e em apenas dois dias. Normalmente, o evento dura três semanas.

No centro do debate na edição deste ano, que conta com a participação de chefes-de-estado e ministros dos 194 países-membros, está a pandemia de coronavírus, que já matou mais de 310 mil pessoas no mundo.

Na segunda-feira, no primeiro dia da assembleia, os países fizeram um apelo por uma resposta conjunta à pandemia e que qualquer vacina seja um "bem público global". Eles também pedem uma reforma da OMS, além de uma avaliação à resposta internacional diante da pandemia.

Não são poucos os desafios que a OMS tem pela frente. A imprensa suíça publica que a organização deve, sim, prestar contas a respeito da gestão da crise, mas diz que agora, mais do que nunca, ela é indispensável para o gerenciamento da pandemia do coronavírus.