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Galeries Lafayette reabrem suas portas em Paris apesar da ausência da clientela estrangeira

29/05/2020 11h47

A França continua sua saída da quarentena, com a reabertura dos bares e restaurantes a partir da próxima semana. Mas as lojas de departamento, que haviam sido impedidas de reabrir por medidas de precaução sanitária ligada à pandemia de coronavírus, voltam aos poucos a funcionar. Após a Printemps, a icônica Galeries Lafayette de Paris retoma suas atividades neste sábado (30), mas sem a presença dos turistas, essenciais para esse tipo de comércio.

A França continua sua saída da quarentena, com a reabertura dos bares e restaurantes a partir da próxima semana. Mas as lojas de departamento, que haviam sido impedidas de reabrir por medidas de precaução sanitária ligada à pandemia de coronavírus, voltam aos poucos a funcionar. Após a Printemps, a icônica Galeries Lafayette de Paris retoma suas atividades neste sábado (30), mas sem a presença dos turistas, essenciais para esse tipo de comércio.

A reabertura da tradicional loja da Galeries Lafayette Haussmann, no bairro da Ópera de Paris, quase foi alvo de briga na justiça. Pois mesmo se em 11 de março boa parte do comércio pode voltar a funcionar, muitas lojas de departamentos não foram autorizadas a reabrir por causa do risco de contágio que o tamanho desses estabelecimentos representava.

Com seus 70.000 m² de área de venda, a Galeries Lafayette Haussmann, principal loja do grupo, ultrapassava o limite de 40.000 m² estipulado pelo governo para autorizar a reabertura. Resultado: os 4500 funcionários continuaram em casa.

A Printemps, principal concorrente do grupo e vizinha de calçada, conseguiu driblar a restrição e, na quinta-feira (28), reabriu suas portas. Por meio de uma ação na justiça, a loja de departamento alegou que iria dividir seu espaço de 45.000m² em duas áreas distintas, fechando uma passarela que liga os dois prédios que a compõem. O centro comercial Beaugrenelle, no oeste de Paris, adotou a mesma estratégia e conseguiu ganho de causa.

Ameaça de processo

A direção da Galeries Lafayette ameaçou entrar na justiça e fazer o mesmo. Mas finalmente nesta sexta-feira (29) um decreto anunciou que a loja de departamentos poderia ser reaberta "diante da evolução favorável da situação sanitária em Paris e na região parisiense". O mesmo decreto também autorizou outros centros comerciais do país a retomar suas atividades.

"É um imenso alívio e uma verdadeira satisfação poder acolher novamente nossos clientes", declarou o diretor geral da Galeries Lafayette, Nicolas Houzé; "Esse é um sinal forte da retomada das atividades para o comércio francês", completou.

Mesmo se a loja de departamentos reabre suas portas, a vigilância continua, com um rígido protocolo sanitário. O número de clientes autorizados a entrar no prédio será limitado e, segundo a direção, o objetivo é manter de apenas uma pessoas por 10m². Clientes e vendedores terão que usar máscaras de proteção e álcool gel será colocado à disposição de todos, além de barreiras de proteção nos caixas. Os restaurantes, no entanto, permanecerão fechados.

Prejuízo esperado

Após quase três meses sem receber clientes, o grupo havia informado que no final de abril já havia deixado de ganhar ? 1 bilhão, valor que representa metade do faturamento total registrado em 2019. E a direção da loja criada há 125 anos já sabe que a retomada não será fácil.

Como seus concorrentes, a Galeries Lafayette é dependente dos turistas internacionais, que ainda não podem entrar na França por causa do fechamento das fronteiras. Os compradores estrangeiros de passagem por Paris representam em alguns momentos do ano metade do faturamento das lojas de departamentos parisienses. Aliás, os ônibus de excursão repletos de turistas, principalmente chineses, fazem parte panorama no bairro.

Estudos apontam que comprar roupas não é uma prioridade para os franceses nesse momento. No entanto, as lojas de departamentos são um lugar de lazer para muita gente. Prova disso, meia hora antes da abertura da Printemps na quinta-feira, dezenas de pessoas já faziam fila na porta do prédio. Questionados se pretendiam comprar algo, a muitos diziam que queriam apenas passear a mudar de ares, após quase dois meses confinados.